A Pressão Arterial está diretamente ligada à saúde cardiovascular e é um dos parâmetros mais frequentemente monitorados para evitar complicações graves, como ataques cardíacos e derrames. A proposta de reduzir a pressão sistólica para menos de 120 mm Hg surge como uma alternativa promissora para mitigar tais riscos, conforme sugerem estudos como o Systolic Blood Pressure Intervention Trial (SPRINT). No entanto, adotar metas mais agressivas requer cautela, dadas as possíveis consequências adversas associadas.
Os benefícios de uma Pressão Arterial mais baixa estão vinculados à redução da probabilidade de eventos cardiovasculares importantes. Os dados do SPRINT indicam que uma pressão sistólica abaixo de 120 mm Hg pode ser mais eficiente em prevenir problemas cardíacos do que alvos mais altos, como 130 mm Hg ou 140 mm Hg. Contudo, perseguir um objetivo tão rigoroso pode não ser adequado para todos os perfis de pacientes, especialmente para idosos, devido ao aumento do risco de quedas e lesões renais.
Quais são os riscos de uma meta de pressão sistólica mais baixa?
Embora a redução da Pressão Arterial tenha seus méritos, ela não está isenta de desafios. Um dos principais riscos associados à meta sistólica de 120 mm Hg são episódios de hipotensão, o que pode resultar em desmaios ou quedas, principalmente entre indivíduos mais velhos. Além disso, problemas como bradicardia, que é a redução da frequência cardíaca, e lesões renais agudas podem surgir como efeito colateral de tratamentos agressivos.

Como fatores econômicos influenciam o tratamento intensivo da Pressão Arterial?
Além dos aspectos clínicos, a redução da Pressão Arterial para metas mais agressivas implica em custos econômicos consideráveis. O tratamento intensivo demanda maior uso de medicamentos e frequência de consultas médicas, encarecendo os cuidados de saúde. Estima-se que o custo por ano de vida ajustado pela qualidade seja em torno de 42.000. A situação pode se agravar em regiões de menor renda, onde o acesso a tratamentos intensivos já é limitado, impactando diretamente na viabilidade de implementar tais metas.
A importância da personalização e da participação do paciente nas decisões de tratamento
A abordagem de tratamento para Pressão Arterial deve ser altamente personalizada, considerando as particularidades e preferências de cada paciente. A personalização é ainda mais crucial em pacientes idosos, que são particularmente suscetíveis aos efeitos adversos dos tratamentos mais agressivos. De acordo com especialistas como a Drª Karen Smith, do Mass General Brigham, envolver o paciente nas decisões de tratamento, através de uma abordagem compartilhada, melhora significativamente os resultados, pois alinha o tratamento às necessidades e expectativas do paciente.
Em suma, enquanto a redução da pressão sistólica para menos de 120 mm Hg pode ser benéfica para certos grupos, é vital que as decisões terapêuticas considerem uma abordagem equilibrada, onde os benefícios e riscos são cuidadosamente pesados. Nessa equação, a participação ativa e informada do paciente desempenha um papel crucial na escolha dos melhores caminhos para sua saúde cardiovascular.
Entre em contato:
Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271










