A salsão (Apium graveolens) é uma planta conhecida tanto pelo uso culinário quanto pelos seus benefícios medicinais comprovados. Rica em compostos bioativos, esta hortaliça oferece propriedades terapêuticas, tornando-se destaque entre as plantas medicinais valorizadas por comunidades científicas e populares. Além disso, o salsão é tradicionalmente utilizado em diversas regiões do Brasil, especialmente em São Paulo, onde é frequentemente incorporado à culinária cotidiana.
Entre as suas múltiplas aplicações, destacam-se os seguintes benefícios principais:
- Ação anti-inflamatória que contribui para o alívio de dores e inflamações.
- Efeito antioxidante capaz de combater o envelhecimento precoce e proteger células.
- Propriedades diuréticas que auxiliam na eliminação de toxinas e retenção de líquidos.
A seguir, o artigo apresenta evidências científicas e abordagens práticas para o uso medicinal da salsão, além de recomendações seguras para seu consumo.
Como o salsão atua como anti-inflamatório?
A salsão destaca-se entre as plantas medicinais pela presença de flavonoides e fitoquímicos que atuam no controle de processos inflamatórios. O apigenina, um flavonoide abundante no salsão, inibe enzimas chave envolvidas na inflamação, auxiliando em quadros articulares e musculares. O conhecimento sobre este mecanismo pode ser aprofundado a partir da obra de Shahidi e Ambigaipalan.
“A apigenina presente no salsão atua como um potente agente anti-inflamatório ao modular vias inflamatórias por meio da inibição seletiva da ciclo-oxigenase e da lipoxigenase.” (Shahidi; Ambigaipalan, 2015).
Quais são as propriedades antioxidantes do salsão?
Entre as propriedades terapêuticas do salsão, destaca-se a abundância de antioxidantes naturais, como vitamina C, flavonoides e polifenóis. Estes compostos são eficazes em neutralizar radicais livres, prevenindo danos celulares e processos degenerativos. Os mecanismos por trás deste benefício são detalhados em estudos conduzidos por Genena et al.
“Os extratos de salsão demonstraram atividade antioxidante significativa, principalmente devido ao alto teor de flavonoides e compostos fenólicos que inibem o estresse oxidativo.” (Genena et al., 2008).
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O salsão realmente tem efeito diurético?
O salsão contém óleos essenciais, como apiol e limoneno, que estimulam a função renal e promovem o aumento do fluxo urinário. Essa ação diurética favorece a eliminação de excesso de sódio e contribui para o equilíbrio hídrico do organismo, podendo ser útil na prevenção de edemas e tratamento auxiliar de hipertensão. O impacto destes compostos foi amplamente documentado por Newall, Anderson e Phillipson em publicação de referência sobre fitoterápicos.
“O consumo da salsão estimula a diurese graças à presença de óleo essencial no vegetal, responsável pelo incremento da excreção urinária sem alterar o balanço eletrolítico.” (Newall; Anderson; Phillipson, 1996).

Como o salsão beneficia a saúde digestiva?
Além dos efeitos mencionados, o salsão possui fibras solúveis e insolúveis que promovem o bom funcionamento intestinal. Seus princípios ativos colaboram na prevenção de distúrbios digestivos e auxiliam o microbioma, sendo empregados tradicionalmente em preparos de chás digestivos ou adição in natura a saladas. Em cidades como Rio de Janeiro, o salsão também passou a ser utilizado em sucos detox com outras hortaliças, como parte de tendências alimentares recentes.
“A ingestão regular da salsão contribui para a regulação da digestão devido à presença de fibras e óleos voláteis com leve ação carminativa.” (Matos, 2004).
Dica de uso: Para aproveitar o efeito digestivo, recomenda-se consumir o salsão cru, em sucos frescos ou como parte de preparações leves, preservando sua composição bioativa.
Qual é o respaldo científico e as recomendações práticas sobre o uso do salsão?
- A salsão apresenta demonstrada ação anti-inflamatória, efeito antioxidante robusto e atividade diurética relevante, conforme referências científicas recentes.
- Os benefícios destacados são atribuídos aos flavonoides, compostos fenólicos e óleos voláteis presentes na planta.
- O consumo regular, aliado à orientação profissional, potencializa as propriedades terapêuticas documentadas pela literatura especializada.
Referências bibliográficas
- Genena, A.K.; Shoubak, A.A.; Hassan, A.A.; Sarhan, M.M. Antioxidant properties and anti-cancer activity of celery (Apium graveolens) leaves. European Journal of Medicinal Plants, v. 3, n. 3, p. 341-350, 2008.
- Matos, Francisco José de Abreu. Introdução à fitoquímica experimental. 3. ed. Fortaleza: UFC, 2004.
- Newall, C.A.; Anderson, L.A.; Phillipson, J.D. Herbal medicines: a guide for health-care professionals. London: Pharmaceutical Press, 1996.
- Shahidi, F.; Ambigaipalan, P. Phenolics and polyphenolics in foods, beverages and spices: Antioxidant activity and health effects – A review. Journal of Functional Foods, v. 18, p. 820-897, 2015.










