A busca por formas de proteger a visão contra o desgaste do tempo é uma preocupação de saúde fundamental. É crucial e inegociável afirmar desde o início: doenças oculares, como a degeneração macular ou a catarata, exigem diagnóstico e tratamento com um médico oftalmologista. Nenhum suplemento, por si só, pode curar ou reverter a perda de visão.
Dito isso, a ciência da nutrição identificou um grupo de nutrientes com um papel de destaque na proteção da retina: os carotenoides luteína e zeaxantina. Este artigo irá explorar, de forma segura e baseada em evidências, como esses “pigmentos protetores” atuam no olho e o que os mais importantes estudos científicos dizem sobre seu potencial, sempre ressaltando que a suplementação só deve ser feita sob orientação médica.
O que são a luteína e a zeaxantina e onde elas atuam no olho?

A luteína e a zeaxantina são dois tipos de carotenoides, pigmentos de cor amarela a vermelha encontrados em muitas plantas. O que os torna únicos é que, após serem consumidos, eles se acumulam em altas concentrações em uma área específica do olho: a mácula.
A mácula é a parte central da retina, responsável pela nossa visão nítida, detalhada e colorida — a visão que usamos para ler, dirigir e reconhecer rostos. A presença desses dois carotenoides na mácula é tão significativa que eles são conhecidos como o “pigmento macular”.
Como esses nutrientes funcionam como os “óculos de sol internos” do olho?
A luteína e a zeaxantina exercem sua função protetora na mácula através de dois mecanismos principais e cientificamente bem estabelecidos.
- Filtro de Luz Azul: Elas atuam como um filtro solar interno, absorvendo a luz azul de alta energia, que é uma das formas de luz mais prejudiciais que atingem a retina. Ao filtrar essa luz antes que ela possa danificar as células fotorreceptoras sensíveis, elas protegem a visão.
- Ação Antioxidante: A retina é uma área de altíssima atividade metabólica, o que gera uma grande quantidade de estresse oxidativo. A luteína e a zeaxantina são potentes antioxidantes que neutralizam os radicais livres, protegendo as células da mácula contra os danos que, ao longo do tempo, podem levar à degeneração.
O que o estudo AREDS2 revelou sobre a suplementação para a DMRI?
A evidência mais forte sobre a eficácia desses nutrientes vem de uma série de estudos de referência chamados Age-Related Eye Disease Studies (AREDS e AREDS2), patrocinados pelo National Eye Institute dos EUA.
O estudo AREDS2 testou uma fórmula de suplemento específica contendo luteína, zeaxantina, vitamina C, vitamina E, zinco e cobre. A conclusão foi que esta fórmula não preveniu o início da Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI). No entanto, para pessoas que já estavam em estágios intermediários a avançados da doença, a suplementação reduziu significativamente o risco de progressão para a forma mais grave da DMRI.
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Quais são as melhores fontes alimentares de luteína e zeaxantina?
A forma mais segura e recomendada de obter esses nutrientes é através de uma dieta rica e colorida, que fornece os carotenoides em uma matriz com outras vitaminas e fibras benéficas.
Vegetais de folhas verdes escuras
Couve, espinafre, folhas de nabo e acelga são, de longe, as fontes mais ricas e potentes de luteína e zeaxantina.
Milho e pimentão amarelo/laranja
O milho e os pimentões coloridos também são excelentes fontes, sendo a zeaxantina particularmente abundante no milho.
Gema de ovo
A gema de ovo não só contém luteína e zeaxantina, mas também gorduras que ajudam na sua absorção, tornando-a uma fonte muito biodisponível.
Brócolis e ervilhas
Também contribuem de forma significativa para a ingestão diária desses importantes nutrientes.
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@caradaotica Respondendo a @kathiaamorim zeaxantina e luteína são duas vitaminas boas para a saúde dos olhos #oculos #visao #otica #saude ♬ som original – Cara da Ótica Global
A suplementação por conta própria é uma prática segura?
A resposta é um enfático e inequívoco NÃO. A automedicação com suplementos para os olhos é uma prática arriscada.
Primeiramente, a fórmula AREDS2 é uma combinação de altas doses de nutrientes específicos para uma condição médica diagnosticada (DMRI intermediária a avançada). Tomá-la sem esse diagnóstico não traz benefícios comprovados e pode apresentar riscos. Em segundo lugar, apenas um profissional pode garantir a qualidade e a dosagem correta do suplemento.
A única abordagem segura para a saúde ocular é realizar exames oftalmológicos regulares. Se você tem preocupações com sua visão ou fatores de risco para a DMRI, a consulta com um médico oftalmologista é indispensável. Apenas ele poderá fazer um diagnóstico correto e, se for o caso, recomendar a fórmula de suplementação adequada e segura para você.









