Por Dra. Tayuane Ferreira Pinto, Oftalmologista.
O diabetes mellitus figura como uma das principais causas de cegueira em países desenvolvidos, afetando principalmente adultos em idade produtiva. A Retinopatia Diabética surge como uma das complicações mais sérias desta condição, pois afeta os vasos sanguíneos da retina e pode levar à perda significativa da visão. Independentemente do paciente ser tratado com insulina ou não, alterações na retina são comuns após alguns anos convivendo com a doença. Quando associado à pressão alta, o risco de desenvolver retinopatia diabética é ainda maior.
O aumento da glicose no sangue é um dos fatores que contribuem para a fragilidade das paredes dos vasos sanguíneos, incluindo os da retina, causado por repetidas exposições. Essa fraqueza induz derrames de sangue e fluidos, dando origem a dois tipos principais de retinopatia: a não proliferativa e a proliferativa. Inicialmente, os efeitos na visão podem ser sutis, mas tendem a piorar gradualmente.
Quais são os sintomas e complicações da retinopatia diabética?
A retinopatia não proliferativa pode causar edema macular, quando o fluido vaza próximo à mácula, resultando em visão central embaçada. Já a retinopatia diabética proliferativa é caracterizada pela formação de novos vasos sanguíneos anômalos na retina. Esses vasos podem provocar hemorragias ou cicatrizes significativas, podendo descolar a retina e resultar em perda de visão mais severa do que a observada na forma não proliferativa. O descolamento da retina por tração e o glaucoma neovascular são algumas das complicações graves dessa condição.
Qual a importância do diagnóstico precoce?

O diagnóstico precoce é crucial para manejar a retinopatia diabética de maneira eficaz, podendo ser feito através do exames como mapeamento de retina, angiofluoresceinografia, tomografia de coerência óptica, angio-tomografia. Este exame permite a identificação de derrames, áreas de baixo fluxo sanguíneo e formação de novos vasos anômalos.Estes exames permitem a avaliação multimodal da doença, assim como a identificação de derrames, áreas de baixo fluxo sanguíneo e formação de novos vasos anômalos e sua classificação. O tratamento adequado e em tempo oportuno é fundamental para impedir a progressão da doença e adiar possíveis perdas visuais significativas.
Quais são as opções de tratamento para a retinopatia diabética?
O tratamento para retinopatia diabética é individualizado e envolvem conduta expectante, medicamentos, procedimentos ou até cirurgia, sendo muito comum a combinação entre essas opções. As injeções de medicamentos como os anti- VEGF (ranibizumabe, bevacizumabe, Aflibercept, entre outros) são aplicadas diretamente nos olhos para aliviar o edema macular e, em alguns casos, melhorar a visão. Implantes de corticosteroides também podem ser utilizados tanto para tiramento imediato ou com dispositivo para liberação lenta. Além disso, a fotocoagulação a laser pode ser empregada para reduzir o crescimento de vasos anômalos e derrames. Em casos de hemorragia grave, a vitrectomia é uma opção para remoção do sangue na cavidade vítrea do olho
O controle rigoroso dos níveis de glicose e pressão arterial é a melhor estratégia preventiva contra a retinopatia diabética. Exames oftalmológicos regulares são essenciais para detecção precoce e tratamento eficaz da condição. Mulheres grávidas com diabetes requerem exames mais frequentes durante a gestação para monitorar a saúde ocular, assim como, pessoas com diabetes tipo 1 na fase da adolescência.









