Recentemente, um marco significativo foi atingido na medicina com a realização do primeiro transplante bem-sucedido de fígado de porco para um humano. O caso envolveu um paciente de 71 anos com comprometimento irreversível do fígado devido à hepatite B e câncer, cuja condição o excluía da lista para receber um fígado humano. Este feito inaugura novas possibilidades terapêuticas e reforça o papel da engenharia genética na expansão das opções para transplantes de órgãos.
Quais desafios médicos surgiram durante o transplante de fígado de porco em humanos
Durante o procedimento, surgiram dificuldades principalmente relacionadas aos mecanismos de coagulação sanguínea e à resposta imunológica do paciente. Destacou-se a ocorrência de microangiopatia trombótica associada à xenotransplante (xTMA), uma complicação já prevista por pesquisadores.
Apesar dos esforços terapêuticos, incluindo o tratamento específico para xTMA, o paciente veio a óbito após 171 dias. Mesmo com esse desfecho, o experimento confirmou que um fígado de porco editado geneticamente pode funcionar por semanas em humanos, ressaltando desafios a serem superados em futuras tentativas.

Por que os porcos são considerados doadores promissores para órgãos
Os porcos vêm sendo estudados como fornecedores de órgãos graças à disponibilidade ampla e à facilidade para modificação genética. Os órgãos suíno, como o fígado, possuem tamanho e função similares aos dos humanos, contribuindo para a compatibilidade.
Para entender o potencial dos porcos como doadores, especialistas destacam os seguintes fatores:
- Abundância dos animais para reprodução controlada
- Facilidade de manipulação genética para minimizar rejeições
- Semehanças anatômicas e fisiológicas com órgãos humanos
- Desenvolvimento de protocolos imunossupressores inovadores
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Quais avanços tecnológicos podem ajudar a superar obstáculos na xenotransplante
A introdução de novas técnicas de edição genética, como CRISPR, permite remover genes responsáveis pela rejeição hiperaguda do órgão suíno. Além disso, terapias imunossupressoras mais precisas vêm sendo testadas para minimizar riscos e prolongar a sobrevivência do enxerto.
Pesquisas contínuas buscam criar combinações ideais entre genes humanos e suínos, facilitando a aceitação do órgão transplantado. O crescente acúmulo de dados clínicos acelera o aprimoramento dos procedimentos e amplia as perspectivas do uso clínico.
O que deve ser feito antes da adoção clínica generalizada dos xenotransplantes
A implementação ampla do xenotransplante requer a superação de barreiras éticas e biológicas. É fundamental garantir segurança a longo prazo, minimizar riscos de transmissão de doenças zoonóticas e confirmar a viabilidade funcional dos órgãos suínos em humanos.
Antes da adoção em larga escala, especialistas alertam para a importância de avaliações rigorosas de riscos e benefícios, além da necessidade de protocolos de acompanhamento contínuo dos pacientes transplantados.
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Quais são as semelhanças entre tecidos de porcos e humanos nos transplantes
Os órgãos suínos compartilham características relevantes com os humanos no que se refere ao tamanho, estrutura e função, suportando processos metabólicos e sintéticos vitais. Essas semelhanças motivam a pesquisa e desenvolvimentos clínicos no campo do xenotransplante.
Avanços tecnológicos, como a bioimpressão 3D e a engenharia de órgãos, também estão sendo investigados para ampliar as opções de compatibilidade e segurança nos transplantes entre espécies.








