No início do século XXI, uma equipe de cientistas sírios e brasileiros fez uma descoberta significativa: identificou um dos maiores pterossauros já encontrados, a partir de um fóssil na Síria, que trouxe novos detalhes sobre a vida marinha de regiões que hoje são desérticas e ampliou o conhecimento sobre os azhdarquídeos no Oriente Médio.
Por que o fóssil de pterossauro sírio é importante para a ciência?
O fóssil, um pedaço de úmero, foi achado entre 2003 e 2004 em uma mina de fosfato perto de Palmira, na Síria. Sendo o primeiro registro do tipo no país, o achado possui singularidade científica e valor histórico por ampliar a distribuição conhecida dos azhdarquídeos.
Após anos de estudo, os pesquisadores determinaram que o animal pertencia à família dos azhdarquídeos, conhecidos por grande envergadura e ausência de dentes, semelhante ao famoso Quetzalcoatlus. O exemplar sírio apresenta características marcantes desse grupo.
O que a descoberta diz sobre a era dos pterossauros?
O pterossauro sírio tinha cerca de dez metros de envergadura, tornando-se um dos maiores já encontrados. Ele viveu no período Maastrichtiano, entre 72,1 e 66 milhões de anos atrás, época em que dinossauros e grandes répteis dominavam a Terra.
A análise dos ossos sugere que, apesar de ser desdentado, o animal possuía adaptações únicas nos ossos das mãos, essenciais para a sustentação das grandes membranas alares, permitindo-lhe o voo ativo de longa distância sobre mares abertos.

Quais foram as adaptações ecológicas do pterossauro sírio?
A reconstrução parcial do fóssil e o contexto geológico do local apontam para um animal capaz de explorar ambientes variados. Apesar da maioria dos azhdarquídeos serem considerados terrestres, as evidências sugerem que o pterossauro sírio também frequentava áreas costeiras.
Entre as adaptações que permitiam ao animal esse sucesso ecológico, destacam-se:
- Estrutura óssea leve e resistente, adequada ao voo
- Longas asas, possibilitando voos de longa distância
- Ausência de dentes, facilitando a alimentação em ambientes aquáticos e terrestres
- Adaptação para pouso em terrenos variados
O que o estudo dos fósseis no Oriente Médio revela sobre a história paleontológica regional?
As semelhanças entre as camadas geológicas da Síria, Jordânia e Marrocos abrem caminhos para estudos comparativos e colaborações internacionais. Esta conexão estimula novas pesquisas sobre a distribuição dos pterossauros na região.
A análise desses fósseis amplia a compreensão sobre a evolução dos vertebrados e destaca o potencial ainda inexplorado do Oriente Médio, área futura para grandes descobertas paleontológicas. Novas tecnologias, como a tomografia de fósseis e estudos isotópicos, estão sendo implementadas na região para potencializar ainda mais as descobertas.
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Como o achado impacta o futuro das pesquisas paleontológicas na região?
A descoberta do pterossauro sírio ressalta o valor científico e simbólico da exploração paleontológica em áreas de conflito, mostrando a capacidade do trabalho colaborativo internacional em desvendar o passado remoto.
Esses achados mudam a percepção global do Oriente Médio para a paleontologia, sugerindo que a região guarda muitos fósseis ainda não estudados, essenciais para entender a evolução natural e histórica do planeta. Além disso, projetos de preservação do patrimônio geológico vêm sendo discutidos para facilitar a proteção desses bens culturais em tempos de instabilidade política.










