O Câncer de Mama é uma realidade que atinge milhares de mulheres no Brasil anualmente. Embora campanhas como o Outubro Rosa tragam à tona a essencialidade dos exames preventivos e do diagnóstico precoce, é igualmente crucial entender os direitos legais que essas mulheres possuem durante o enfrentamento dessa condição. Conhecer essas proteções pode não apenas aliviar a carga financeira durante um período já conturbado, mas também afirmar a dignidade e fortalecer a rede de apoio necessária.
Entre os principais direitos das mulheres diagnosticadas com Câncer de Mama, destaca-se a assistência proporcionada por legislações previdenciárias. As mulheres que contribuem para a Previdência Social têm, por exemplo, o direito de solicitar auxílio por incapacidade temporária. Isso inclui aquelas que contribuem como autônomas ou mesmo donas de casa. Em caso de afastamento por motivos médicos, após os primeiros 15 dias que devem ser remunerados pelo empregador, é possível recorrer ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para assegurar a continuação do benefício, sem a exigência de um período mínimo de contribuições.
Quais direitos financeiros estão disponíveis para mulheres com Câncer de Mama?
Além do auxílio temporário, uma mulher cuja perícia médica constate incapacidade permanente pode solicitar aposentadoria por invalidez. Outro direito relevante no aspecto financeiro é a isenção do Imposto de Renda sobre os benefícios previdenciários, o que pode implicar em uma considerável economia para aquelas que não estão mais na ativa.

Por outro lado, aquelas que ainda se encontram no mercado de trabalho têm à disposição o direito de sacar valores do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS. Esse saque pode ser realizado mediante apresentação de documentação médica que comprove o diagnóstico, destacando-se como um recurso adicional útil em momentos críticos.
Como o acesso à saúde e à justiça é garantido?
Quando se trata do início do tratamento através do Sistema Único de Saúde (SUS), o mesmo deve ocorrer em até 60 dias após a confirmação do diagnóstico. Essa obrigação busca garantir que o tempo de espera não seja um obstáculo para o tratamento eficaz da doença. Planos de saúde também têm responsabilidades amplas, incluindo a cobertura para quimioterapia, radioterapia e, se necessário, a reconstrução mamária.
A indenização para reconstrução mamária, aliás, está assegurada não apenas pelo SUS, mas também deve ser garantida por planos de saúde, uma vez que se trata de um direito amparado por lei. Essa reconstrução é vital para a autoestima e a sensação de integridade das mulheres submetidas a mastectomias.
Quais os outros direitos e considerações importantes?
Este grupo de direitos não para por aqui. Mulheres que enfrentam limitações físicas decorrentes do tratamento têm a possibilidade de obter isenção de impostos como o IPVA, ICMS e IPI na compra de veículos. Além disso, no campo jurídico, elas podem priorizar seus processos judiciais, acelerando a resolução de questões que exigem rapidez.
É fundamental que as mulheres com Câncer de Mama estejam cientes e busquem ativamente esses direitos. O acesso à informação e ao suporte legal desempenha um papel essencial na mitigação dos impactos físicos e emocionais causados pela doença, assegurando um tratamento mais humanizado e respeitoso.
Entre em contato:
Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271








