É crucial diferenciar a dor muscular do “bom” esforço (exercício) da dor crônica causada pela “má” postura. Enquanto a dor do exercício é um sinal de reparo e adaptação, a dor postural é um sinal de sobrecarga e disfunção, indicando que certos músculos estão sofrendo para compensar um desequilíbrio estrutural.
A dor do esforço (DOMS) é um sinal de reparo?
A dor muscular de início tardio (DOMS, na sigla em inglês), ocorre 24 a 48 horas após um exercício intenso ou novo. Ela é causada por microlesões nas fibras musculares que foram trabalhadas.
Essa dor é generalizada no músculo que treinou (ex: quadríceps após agachar) e desaparece em poucos dias. É um processo inflamatório positivo, parte da adaptação que torna o músculo mais forte.
No vídeo a seguir, o especialista Drauzio Varella, explica como essa dor se comporta:
@portaldrauziovarella Como saber se a dor pós-treino é normal ou sinal de lesão? O Draw responde. #dornocorpo #atividadefisica #postreino #drauziovarella ♬ som original – Portal Drauzio
Por que a má postura causa dor sem “exercício”?
A dor postural não vem de microlesões, mas sim de tensão isométrica crônica (contração constante). A postura sentada “desliga” os glúteos, forçando os músculos da lombar a compensar para manter o corpo ereto.
Da mesma forma, a “postura de cabeça para frente” (text neck) sobrecarrega o trapézio. Essa contração constante reduz o fluxo sanguíneo (isquemia) e cria “nós” (pontos-gatilho) dolorosos, como aponta Harvard Health.
O “timing” da dor é a principal pista?
Sim. A dor do esforço (DOMS) é atrasada; você não a sente durante o treino, mas sim no dia seguinte.
A dor postural é imediata ou crônica. Ela aparece durante a atividade estática (ex: no final de um dia de trabalho sentado) ou já está presente ao acordar (rigidez matinal) porque os músculos nunca relaxam.
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Quais são os sinais clássicos da dor postural?
A dor postural é “irritante” e persistente. Ela foca em áreas de compensação (lombar, pescoço) e não nos grandes músculos motores, como a dor do exercício.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica a dor musculoesquelética como líder em incapacidade. É crucial reconhecer os sinais específicos da dor postural para tratá-la corretamente:
- “Nós” (Pontos-Gatilho): Dor aguda e localizada (no trapézio ou ombros) que pode irradiar para a cabeça.
- Dor que piora ao ficar parado: A dor lombar que aumenta ao longo do dia sentado.
- Rigidez Matinal: Dificuldade em “desenrolar” a coluna ao sair da cama.
- Dor Assimétrica: Desconforto apenas em um lado (ex: o lado do mouse ou que carrega a bolsa).

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O tratamento é diferente para cada tipo de dor?
Completamente. A dor do esforço (DOMS) melhora com repouso e recuperação. A dor postural, por outro lado, piora com o repouso e só melhora com a correção do desequilíbrio.
O tratamento da dor postural envolve “destravar” (mobilidade) os músculos tensos (ex: peito, flexores do quadril) e “acordar” (fortalecer) os músculos fracos (ex: glúteos, core).








