Se você sente fome pouco tempo depois de comer, o grão-de-bico é o ajuste dietético que falta no seu prato. Esta leguminosa milenar é celebrada pela ciência nutricional como uma das ferramentas mais eficazes para o controle de peso, não por “queimar” gordura magicamente, mas por oferecer uma arquitetura nutricional única de proteínas e fibras que desliga os sinais de fome no cérebro por horas.
Por que ele oferece tanta saciedade?
O segredo do grão-de-bico reside na sinergia entre fibra solúvel e proteína vegetal. Enquanto a maioria dos carboidratos (como macarrão ou pão) é digerida rapidamente, o grão-de-bico possui uma estrutura complexa que exige um esforço digestivo prolongado.
A Harvard T.H. Chan School of Public Health explica que essa digestão lenta estimula a liberação de colecistoquinina (CCK), um hormônio intestinal que sinaliza satisfação ao cérebro. Isso significa que, ao incluir uma concha de grão-de-bico no almoço, você reduz drasticamente a vontade de beliscar no meio da tarde, criando um déficit calórico natural e sem sofrimento.

Ele ajuda a controlar o diabetes e a energia?
Sim, o grão-de-bico é um superalimento para a estabilidade glicêmica. Ele possui um índice glicêmico muito baixo e é rico em amido resistente, um tipo de carboidrato que não é totalmente quebrado no intestino delgado.
Segundo a Cleveland Clinic, isso evita os picos de insulina que levam ao acúmulo de gordura abdominal. Para diabéticos ou pessoas com resistência à insulina, o grão atua como um regulador, fornecendo energia constante e estável, evitando a letargia pós-refeição comum após o consumo de arrozes ou batatas.
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O grão substitui a carne vermelha?
Nutricionalmente, o grão-de-bico é uma das melhores alternativas ao mundo animal. Embora não tenha todos os aminoácidos nas mesmas proporções da carne, ele é uma fonte robusta de proteína, ferro e folato, sem a gordura saturada e o colesterol presentes no bife.
Uma publicação do National Institutes of Health (NIH) sugere que substituir proteínas animais por leguminosas como o grão-de-bico pode melhorar significativamente os marcadores de saúde cardiovascular. Para obter uma proteína completa, basta combiná-lo ao longo do dia com cereais integrais, como arroz ou quinoa, fechando o perfil de aminoácidos necessário para a manutenção muscular.
A água do cozimento deve ser jogada fora?
Muitas pessoas descartam a água da lata ou do cozimento, chamada de Aquafaba, sem saber que ela é ouro culinário. Esse líquido grosso é rico em proteínas e amidos que têm a capacidade de emulsificar e espumar, substituindo a clara de ovo em receitas veganas como mousses e merengues.
No entanto, se você sofre de problemas renais, deve ter cautela. O grão-de-bico e sua água são ricos em potássio e fósforo, minerais que rins comprometidos têm dificuldade em filtrar. O National Kidney Foundation recomenda que pacientes renais consultem seus nutricionistas para ajustar a porção e o método de preparo, muitas vezes optando por versões em conserva enxaguadas para reduzir o potássio.
No vídeo a seguir, o canal MedTV – DrJulioMassao, com mais de 400 mil inscritos, fala um pouco sobre os benefícios do grão-de-bico:
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Como eliminar os gases e o desconforto?
O maior obstáculo para o consumo regular são os gases intestinais, causados por oligossacarídeos que nosso corpo não digere bem. A solução definitiva é a técnica do remolho longo. Deixar os grãos de molho em água por 12 a 24 horas, trocando a água algumas vezes e adicionando gotas de limão ou vinagre, neutraliza grande parte desses fitatos e compostos fermentáveis.
Cozinhar o grão-de-bico com uma folha de louro ou um pedaço de alga kombu também ajuda a quebrar essas moléculas difíceis, tornando a leguminosa mais digestiva. Começar com porções pequenas e aumentar gradualmente permite que sua microbiota intestinal se adapte ao aumento de fibras, transformando o grão-de-bico de um vilão dos gases em um aliado indispensável da saúde intestinal e da regularidade.









