O consumo excessivo de açúcar, em especial da frutose presente em refrigerantes e produtos ultraprocessados, vem sendo cada vez mais associado a alterações silenciosas no fígado. Em muitos casos, essas mudanças só são percebidas em exames de rotina, quando a gordura já se acumulou no órgão, o que coloca a frutose no centro dos debates sobre saúde metabólica, síndrome metabólica e doenças crônicas em 2025. As informações são do portal News Medical.

O que é frutose e qual o impacto na saúde do fígado
A frutose é um monossacarídeo amplamente utilizado pela indústria de alimentos como adoçante de baixo custo e alto poder adoçante. Em refrigerantes, sucos de caixinha, biscoitos recheados e molhos prontos, a frutose aparece em grandes quantidades, muitas vezes combinada com glicose em forma de xarope de milho rico em frutose.
Diferentemente de outros carboidratos, grande parte da frutose ingerida é metabolizada diretamente no fígado, onde pode ser convertida em gordura, especialmente quando o consumo calórico total está elevado. Esse processo favorece o depósito de triglicerídeos nas células hepáticas, contribuindo para o desenvolvimento de esteatose hepática (fígado gorduroso) e aumento de marcadores inflamatórios.
Como a frutose se relaciona com o fígado gorduroso não alcoólico (NAFLD)
A doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD) é caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado em indivíduos sem consumo significativo de álcool. Esse quadro varia desde formas leves, apenas com gordura nas células, até estágios avançados, como a esteato-hepatite não alcoólica, em que há inflamação, fibrose e maior risco de cirrose e câncer de fígado.
Revisões recentes destacam que o uso contínuo e elevado de frutose adicionada em bebidas açucaradas está ligado ao aumento desses casos. Entre os mecanismos descritos, estão o aumento da síntese de novos ácidos graxos, maior produção de lipoproteínas ricas em triglicerídeos, acúmulo de gordura em fígado e músculo, resistência à insulina e maior vulnerabilidade a estresse oxidativo e disfunções mitocondriais.
Como a alimentação pode proteger o fígado do excesso de frutose
A mudança de hábitos alimentares é um dos pilares para reduzir o impacto da frutose sobre o fígado e melhorar o metabolismo como um todo. Evidências apontam que reduzir refrigerantes, sucos adoçados e doces industrializados diminui a gordura hepática e melhora exames laboratoriais em poucas semanas, especialmente quando combinada com perda de peso gradual.
Algumas estratégias frequentemente indicadas por profissionais de saúde incluem medidas práticas para o dia a dia, que ajudam a limitar a frutose adicionada e a proteger o fígado:
- Cortar ou limitar bebidas açucaradas: dar preferência à água, chás sem açúcar e, quando possível, sucos naturais sem adição de adoçante.
- Priorizar alimentos in natura: frutas inteiras, legumes, verduras, grãos integrais e proteínas de boa qualidade fornecem frutose em quantidades fisiológicas, acompanhada de fibras.
- Reduzir gorduras saturadas e colesterol em excesso: diminuir frituras, embutidos, carnes muito gordurosas e produtos de padaria ricos em gordura.
- Controlar o tamanho das porções: evitar grandes volumes de alimentos calóricos, mesmo quando considerados “mais saudáveis”, para não ultrapassar o gasto energético diário.
Esse tema foi explorado pelo Dr. Lair Rabelo, divulgado no perfil @omelhordodrlair:
@omelhordodrlair Frutose é um veneno que nem seu cérebro aceita, só o seu fígado. O cérebro aceita até o álcool, imagine isso. Dr Lair Ribeiro #drlairribeiro #lairribeiro #acucar #frutose ♬ som original – O melhor do Dr. Lair Ribeiro
Quais mudanças de estilo de vida ajudam a prevenir danos hepáticos
Além da alimentação, o estilo de vida geral influencia diretamente o efeito da frutose sobre o fígado e sobre o risco de NAFLD. A prática regular de atividade física aumenta o gasto energético, melhora a sensibilidade à insulina e favorece a utilização de gorduras como fonte de energia, atuando como proteção metabólica importante.
- Manter peso corporal adequado ou promover redução gradual quando há excesso.
- Monitorar exames de sangue e, quando indicado, realizar exames de imagem do fígado.
- Ter cuidado com uso prolongado de medicamentos e suplementos sem orientação.
- Evitar consumo abusivo de álcool, que pode potencializar a agressão hepática junto ao excesso de frutose.
Em 2025, não há tratamento medicamentoso específico e amplamente consolidado para a doença hepática gordurosa não alcoólica. Por isso, a combinação entre alimentação equilibrada, limitação da frutose adicionada e rotina ativa segue como a principal ferramenta para prevenir, estabilizar ou reverter, em parte dos casos, o acúmulo de gordura no fígado ao longo do tempo.







