A relação entre manteiga e saúde do coração continua a gerar dúvidas em muitas mesas ao redor do mundo. O sabor marcante e a presença constante em receitas tradicionais fazem desse alimento um item difícil de abandonar, mas as discussões sobre gordura saturada e colesterol levantam questionamentos importantes. Em 2025, com novas pesquisas em nutrição e cardiologia, o debate deixou de ser apenas sobre proibir ou liberar a manteiga e passou a considerar o contexto geral da alimentação e o estilo de vida, incluindo atividade física e controle de peso.
O que é manteiga e quais são seus principais nutrientes
A manteiga é um derivado do leite obtido a partir do batimento da nata, até que a gordura se separe do soro. O resultado é um produto com alta concentração de gordura, pequena fração de água e traços de proteínas do leite, sendo usado tanto para preparo de alimentos quanto para finalização de pratos.
Além de fornecer energia, a manteiga contém vitaminas lipossolúveis, como a vitamina A e a vitamina E, e pequenas quantidades de vitamina D e K2. Entretanto, o foco das discussões continua sendo a quantidade de gordura saturada presente e como esse tipo de gordura pode influenciar o colesterol e o risco cardiovascular em diferentes perfis de pessoas.
Manteiga faz mal para o coração
A pergunta sobre se a manteiga prejudica o coração não tem resposta única e depende muito do padrão alimentar geral. A palavra-chave nesse debate é manteiga e saúde do coração, já que o impacto do alimento varia conforme a frequência de consumo, a quantidade e a qualidade das outras gorduras da dieta.
Estudos antigos associavam diretamente o consumo de gorduras saturadas ao aumento do colesterol LDL e ao maior risco de doenças cardíacas. Pesquisas mais recentes consideram o efeito matriz dos lácteos e o conjunto da dieta, mostrando que pequenas quantidades de manteiga em uma alimentação rica em frutas, legumes, fibras e gorduras insaturadas podem ter impacto diferente de um padrão rico em ultraprocessados.
Para aprofundarmos no tema, trouxemos o vídeo do Dr. Celso Salgado:
@drcelsosalgado OS 5 PIORES ALIMENTOS PARA SAÚDE DO CORAÇÃO. #cardiologista #cardiologia #drcelsosalgado #5pioresalimentosprocoracao ♬ som original – drcelsosalgado
Como a manteiga afeta o colesterol e outros marcadores
Em relação ao colesterol, a manteiga costuma elevar o LDL, conhecido como colesterol “ruim”, ligado ao acúmulo de placas nas artérias. Ao mesmo tempo, alguns estudos identificam ligeiro aumento do HDL, o chamado colesterol “bom”, o que torna a interpretação menos direta e exige avaliação global dos exames como explica as pesquisas recentes.
Pesquisas recentes avaliam a ligação entre consumo de manteiga, resistência à insulina, triglicerídeos e inflamação, marcadores importantes na prevenção de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Em determinadas análises, pequenas porções diárias de gorduras lácteas aparecem associadas a perfis metabólicos mais estáveis, desde que inseridas em um padrão alimentar equilibrado e com quantidade total de gordura saturada controlada.
Quanta manteiga consumir em uma alimentação equilibrada
A orientação geral de diretrizes de saúde continua sugerindo moderação no consumo de gorduras saturadas, o que inclui a manteiga. Em muitos protocolos, recomenda-se limitar esse tipo de gordura a uma fração específica das calorias diárias, priorizando óleos vegetais, castanhas, sementes e peixes gordurosos como fontes principais de gordura.
Na prática, muitas pessoas utilizam a manteiga em porções pequenas, como uma fina camada no pão ou uma colher de chá para refogar legumes. Para organizar melhor esse uso no dia a dia, algumas orientações gerais podem ajudar a equilibrar sabor e saúde cardiovascular:
- Use pequenas quantidades para dar sabor a preparações específicas, evitando que seja a principal gordura de todas as refeições.
- Considere o total de gorduras saturadas do dia, incluindo carnes gordas, queijos e embutidos, para não ultrapassar o limite recomendado.
- Combine manteiga com alimentos ricos em fibras, como legumes e grãos integrais, em vez de associá-la apenas a pães refinados ou frituras.
- Pessoas com colesterol alto ou histórico familiar de doença cardíaca devem seguir orientação individualizada de profissionais de saúde.
Manteiga, margarina e óleos vegetais na saúde do coração
Ao falar sobre manteiga e saúde do coração, a comparação com outras gorduras é quase inevitável. Margarinas modernas, em geral, reduziram ou eliminaram gorduras trans, consideradas desfavoráveis para o sistema cardiovascular, enquanto óleos de oliva, canola e girassol costumam ter maior proporção de gorduras insaturadas.
Na rotina, muitas pessoas alternam essas opções, usando óleos vegetais para preparo diário de refeições e reservando a manteiga para momentos específicos. Essa estratégia tende a reduzir a carga total de gordura saturada, mantendo o sabor em algumas preparações e pode ser especialmente útil para quem precisa controlar colesterol, hipertensão ou diabetes, sempre com acompanhamento profissional.
- Manteiga: rica em gordura saturada, sabor intenso, uso comum em receitas tradicionais e confeitaria.
- Margarina: composição variável; é importante observar o rótulo, o teor de gorduras trans e o tipo de óleo utilizado.
- Óleos vegetais: geralmente mais indicados como fontes principais de gordura culinária, sobretudo em versões pouco processadas e ricas em gorduras mono e poli-insaturadas.

Qual é o papel do padrão alimentar na proteção do coração
O tema manteiga e saúde do coração ilustra uma tendência forte na nutrição atual: olhar menos para alimentos isolados e mais para o padrão alimentar ao longo do tempo. Dietas com grande variedade de vegetais, frutas, leguminosas, oleaginosas, laticínios em quantidades moderadas e cereais integrais, associadas à prática regular de atividade física, controle do estresse e ao não tabagismo, seguem relacionadas a menor risco cardiovascular.
Nesse cenário, a manteiga entra como um componente que pode ter espaço limitado, de acordo com a condição de saúde de cada pessoa e suas preferências culturais. A atenção aos rótulos, à frequência de consumo, ao equilíbrio entre diferentes tipos de gordura e ao acompanhamento com nutricionista ou cardiologista ajuda a construir uma alimentação mais alinhada à proteção do coração e às necessidades individuais.








