Se você já viu estudantes mascando chiclete freneticamente antes de uma prova, saiba que não é apenas nervosismo. A ciência confirma que mascar chiclete para estudar pode, de fato, aumentar a concentração e o desempenho cognitivo. Porém, ao contrário do que se pensa, o benefício não dura a tarde toda; ele funciona como um “turbo” temporário para o seu cérebro.
Por que mastigar “acorda” o cérebro?
O segredo não está no sabor, mas no movimento mecânico da mandíbula. Segundo pesquisas da NIH e outros centros de neurociência, o ato de mastigar aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro em até 25% a 40%.
Esse bombeamento extra entrega mais oxigênio e glicose (combustível) para as áreas frontais e para o hipocampo, regiões responsáveis pela atenção e memória. Esse fenômeno é chamado de “despertar induzido pela mastigação” (mastication-induced arousal), que coloca o sistema nervoso em estado de alerta, similar a um exercício físico leve, mas focado apenas na cabeça.

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O efeito dura para sempre? (A regra dos 20 minutos)
Aqui está a “pegadinha” que a maioria ignora. Um estudo crucial publicado no British Journal of Psychology descobriu que os benefícios de foco e rapidez de raciocínio são mais fortes nos primeiros 15 a 20 minutos de mastigação.
Após esse período, o cérebro se acostuma com o movimento repetitivo e o ganho de performance tende a diminuir ou desaparecer (o chamado “fading effect”). Portanto, mascar chiclete por 4 horas seguidas pode apenas cansar sua mandíbula sem trazer benefícios cognitivos adicionais. A estratégia inteligente é usar o chiclete em “tiros curtos” antes de tarefas difíceis.
O sabor ou o açúcar importam?
Sim. Evite chicletes com açúcar a todo custo. O pico de glicose inicial pode dar energia, mas a queda subsequente (hipoglicemia de rebote) causará sonolência e neblina mental justamente quando você precisa focar. Opte sempre pelas versões sem açúcar.
Além disso, o sabor menta ou hortelã é superior aos de frutas para fins de estudo. O mentol atua como um estimulante natural leve para o sistema nervoso, ativando receptores de frio que ajudam na sensação de “acordar”.
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Existe um truque de memória na hora da prova?
Existe um fenômeno psicológico chamado “memória dependente de contexto”. Se você mascar um chiclete de um sabor específico (ex: menta forte) enquanto estuda um assunto difícil, e mascar o mesmo sabor durante a prova, o cheiro e o gosto podem servir como “gatilhos” para ajudar seu cérebro a recuperar aquela informação armazenada.
No vídeo a seguir, Guilherme Pinho Machado, com mais de 100 mil seguidores, explica um pouco sobre o ato de mascar chiclete para estudar:
Como usar o chiclete estrategicamente?
Não masque aleatoriamente. Siga este protocolo para maximizar o foco:
- O Momento: Comece a mascar 5 minutos antes de iniciar uma tarefa complexa ou uma prova.
- A Duração: Use o “turbo” por cerca de 20 minutos. Quando o sabor acabar e o chiclete ficar duro, descarte.
- O Tipo: Sem açúcar, preferencialmente de menta ou sabores cítricos fortes.
- O Cuidado: Se você tem DTM (Disfunção Temporomandibular) ou dor de cabeça tensional, evite, pois a tensão muscular pode piorar a dor e tirar seu foco.










