O término do ano é tradicionalmente visto como um período repleto de celebrações, reflexões e renovação. Contudo, para muitos, esse tempo de festas é carregado de emoções conflitantes, conhecidas como “síndrome de fim de ano”. Estas emoções englobam sentimentos de nostalgia, esgotamento e expectativas frustradas. A psicóloga Bianca Batista Dalmaso, do Espaço Einstein Bem-Estar e Saúde Mental, observa que a conclusão de um ciclo provoca balanços internos, celebrando-se conquistas, mas também recordando frustrações e perdas.
Esse conjunto de sensações se intensifica conforme o calendário se aproxima de dezembro. A mistura comum de alegria, ansiedade e nostalgia não é necessariamente um indício de problema, mas sim uma resposta esperada a tempos de transição. Este fenômeno é alimentado por uma pressão social por felicidade, com eventos festivos sendo vistos como ocasiões obrigatórias de alegria. Para muitos, a auto-cobrança para “entrar no clima” pode ser esmagadora, mesmo quando há uma indisponibilidade emocional para tal.
Como a Pressão Social Impacta Durante as Festas?
Durante o período festivo, a expectativa de felicidade contagiante pode se converter em cobranças emocionais. A psicóloga Ana Lúcia Karasin destaca a importância de reconhecer os próprios limites e se permitir recusar convites quando necessário. As emoções negativas não indicam que algo está errado, e a comunicação honesta com amigos e familiares pode aliviar o fardo emocional. Aproximações sinceras como “Este ano estou mais quieto” podem promover compreensão e suporte nas relações pessoais.

O Luto e as Festas de Fim de Ano
O início das celebrações de fim de ano pode intensificar o luto de quem perdeu recentemente um ente querido, ativando memórias isso impactando emocionalmente. Essa dor deve ser sentida sem culpa, e criar rituais pessoais pode ajudar a atravessar esse momento com mais leveza. Estar acompanhado por um círculo de apoio é crucial, ajudando a amenizar a sensação de vazio que se torna mais pronunciada durante essa época.
Como a Autocrítica Encontra Espaço no Fim de Ano?
A mudança de ano simboliza uma avaliação retrospectiva do tempo que passou, promovendo autocrítica. Sentir que “não se fez o suficiente” é um sentimento comum, mas pode ser abordado de maneira mais positiva. Substituir o questionamento autocrítico por uma reflexão sobre conquistas pode reduzir a pressão. Perguntas como “Do que me orgulho?” ou “Onde fui resiliente?” estimulam um balanço mais justo e encorajador das experiências vividas.
É Possível Reverter Sentimentos de Insuficiência?
A sensação de inadequação é frequente durante a conclusão do ano, especialmente quando comparada à perfeição aparente das redes sociais. Fotos e relatos idealizados criam uma pressão adicional, levando muitos a subestimar suas próprias vivências. A realidade raramente corresponde ao retrato editado das redes. Reconhecer essa distorção é fundamental para ajustar expectativas e valorizar as pequenas, mas significativas, vitórias alcançadas.
No entanto, é essencial prestar atenção a sinais de tristeza prolongada, isolamento ou falta de energia. Nessas situações, buscar apoio psicológico é um passo importante para encerrar o ano de uma forma mais saudável e planejada. A jornada pessoal durante dezembro varia, e respeitar o próprio ritmo emocional é legítimo e necessário para o bem-estar individual.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
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