O uso de Maconha tem sido um tema amplamente debatido, especialmente em relação aos seus efeitos na saúde cardiovascular. Um estudo recente, envolvendo dados de 200 milhões de pessoas, sugere que o consumo de cannabis pode dobrar o risco de morte por doenças cardíacas. Este achado é particularmente relevante, pois a maioria dos participantes tinha entre 19 e 59 anos, uma faixa etária que geralmente não apresenta alto risco para doenças cardiovasculares.
A pesquisa, publicada no periódico Heart, destaca que os pacientes internados com distúrbios cardíacos relacionados ao uso de Maconha eram jovens e não tinham histórico de doenças cardiovasculares. Isso levanta preocupações sobre a percepção comum de que a cannabis é uma substância de baixo risco. Especialistas, como a pediatra Lynn Silver, enfatizam a importância de reavaliar essa suposição, dado que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte globalmente.
Como a Maconha afeta o coração?
O estudo revelou que usuários de cannabis têm um risco 29% maior de infarto e 20% maior de acidente vascular cerebral (AVC) em comparação com não usuários. Esses dados são alarmantes, considerando que a fumaça da Maconha, assim como a do tabaco, contém compostos tóxicos que podem danificar os vasos sanguíneos e aumentar a coagulação. A fumaça passiva também é um fator de risco, semelhante ao tabaco.

Além disso, a forma de consumo da cannabis pode influenciar seus efeitos no sistema cardiovascular. Embora o estudo não tenha especificado como os participantes consumiam a substância, é provável que a maioria a tenha fumado. No entanto, outras formas de consumo, como vaporização e comestíveis, também podem ter impactos negativos na saúde do coração.
Os comestíveis são uma alternativa mais segura?
Embora muitos considerem os comestíveis uma opção mais segura, um estudo de 2025 indicou que eles também podem estar associados a doenças cardíacas. Usuários de comestíveis com THC apresentaram sinais de doenças cardiovasculares iniciais semelhantes aos de fumantes de tabaco. Isso sugere que, independentemente da forma de consumo, a cannabis pode ter efeitos adversos significativos na saúde cardiovascular.
O que torna a Maconha de hoje mais perigosa?
A potência da Maconha disponível atualmente é significativamente maior do que nas décadas passadas. Produtos com altos níveis de THC, que podem chegar a 99% de pureza, estão cada vez mais comuns. Essa alta concentração de THC está associada a um risco aumentado de dependência e outros problemas de saúde mental, como psicose e esquizofrenia.
Além disso, a Maconha de alta potência pode não ter sido totalmente considerada nos estudos anteriores, o que significa que os riscos cardiovasculares podem ser ainda maiores do que os relatados. Especialistas alertam que o aumento da potência é uma preocupação crescente, pois torna os usuários mais suscetíveis a desenvolver dependência e outras complicações de saúde.
Deveria o uso de Maconha ser reconsiderado?
Com a crescente evidência dos riscos associados ao uso de cannabis, especialmente em relação à saúde cardiovascular, é crucial que os usuários e profissionais de saúde reconsiderem a segurança dessa substância. Pessoas com histórico de doenças cardíacas ou fatores de risco devem ser particularmente cautelosas. A conscientização sobre os potenciais malefícios da Maconha é essencial para prevenir complicações de saúde a longo prazo.
Em resumo, enquanto a legalização e o uso recreativo da Maconha continuam a se expandir, é vital que a sociedade esteja ciente dos riscos associados. Estudos contínuos são necessários para entender plenamente os impactos da cannabis na saúde, mas as evidências atuais já sugerem a necessidade de uma abordagem mais cautelosa em relação ao seu consumo.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
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