A romã (Punica granatum) destaca-se entre as plantas medicinais reconhecidas pela comunidade científica por suas propriedades terapêuticas versáteis e efeitos benéficos à saúde humana. Conhecida por sua polpa vermelha e sabor marcante, a fruta atrai interesse não apenas na culinária, mas principalmente em estudos sobre seus potenciais curativos comprovados nos últimos anos.
Nos tópicos abaixo, serão detalhadas três propriedades medicinais relevantes da romã, fundamentadas por pesquisas acadêmicas recentes:
- Ação antioxidante potente devido aos polifenóis presentes na casca e no suco
- Efeito anti-inflamatório associado a compostos fenólicos
- Atividade antimicrobiana e benefícios para o trato digestivo
Quais são as propriedades antioxidantes da romã?
A romã apresenta alta concentração de compostos polifenólicos, principalmente punicalaginas e ácido elágico, responsáveis pelo seu efeito antioxidante. Esses fitoquímicos atuam neutralizando radicais livres, protegendo as células do corpo contra danos oxidativos e colaborando para a manutenção da saúde cardiovascular. Estudos apontam que o consumo regular do suco e extratos da fruta promove uma diminuição relevante do estresse oxidativo, sendo essa ação amplamente reconhecida por pesquisadores como Seeram et al.
“O consumo do suco de romã demonstrou elevar significativamente a capacidade antioxidante plasmática e reduzir a oxidação lipídica, fatores que estão diretamente relacionados à prevenção de doenças crônicas.” (Seeram, N. P. et al., 2006).
Outras pesquisas realizadas no Estados Unidos e também no México apontam que diferentes variedades da fruta podem apresentar composições variadas de antioxidantes, reforçando o interesse científico internacional sobre o tema.

Como funciona o efeito anti-inflamatório da romã?
As propriedades anti-inflamatórias da romã estão ligadas ao seu teor de flavonoides, taninos e outros compostos fenólicos. Esses princípios ativos auxiliam no controle da produção de mediadores inflamatórios no organismo, colaborando em processos de recuperação de tecidos e prevenção de doenças inflamatórias crônicas como artrite e colite. Segundo Aviram e Dornfeld, tais efeitos são observados na diminuição de marcadores inflamatórios em estudos clínicos controlados.
“Os resultados mostraram que recém-egressos do consumo de extrato de romã apresentaram níveis reduzidos de proteína C-reativa e demais biomarcadores inflamatórios, o que sugere forte ação anti-inflamatória.” (Aviram, M.; Dornfeld, L., 2001).
No contexto internacional, outros pesquisadores confirmaram esses efeitos em estudos realizados na Europa e na Ásia, mostrando que o potencial anti-inflamatório da fruta é reconhecido em diferentes populações.
A romã realmente possui atividade antimicrobiana e quais os benefícios para o sistema digestivo?
Os extratos da romã revelam potencial antimicrobiano, sendo eficazes contra bactérias como Helicobacter pylori e Escherichia coli, importantes na etiologia de distúrbios digestivos. Os taninos e compostos ácidos da fruta contribuem para a prevenção de infecções gastrointestinais e melhoria da saúde bucal. Pesquisas como a de Vasconcelos et al. apontam efeitos protetores em testes in vitro e aplicações tópicas.
“Extratos de casca de romã exibiram significativo efeito inibitório sobre cepas bacterianas envolvidas em infecções orais e gástricas, comprovando seu potencial terapêutico tradicional.” (Vasconcelos, L. C. et al., 2006).
Pesquisadores da Universidade de São Paulo e de outras instituições vêm ampliando as investigações sobre a aplicação dos extratos da fruta para o controle de agentes infecciosos e suas aplicações na odontologia e gastroenterologia.

Como a romã pode ser incorporada à rotina de maneira eficiente?
Além do consumo tradicional da fruta in natura, é possível usar a romã de diversas maneiras para potencializar seus benefícios. Preparações como chás de casca, sucos frescos ou extratos padronizados são opções comuns. Para alívio de infecções bucais, pode-se fazer bochechos com infusão da casca. No trato digestivo, as sementes podem ser ingeridas ou o extrato utilizado conforme orientação profissional. É fundamental respeitar possíveis contraindicações e consultar profissionais de saúde para o uso terapêutico complementar.
Leia também: Aprenda a cultivar cúrcuma em vasos e aproveitar seus benefícios para a saúde
O que os novos estudos científicos destacam sobre a romã?
- Estudos apontam que as propriedades antioxidantes da romã têm papel importante na prevenção de doenças crônicas, confirmadas por ensaios clínicos rigorosos.
- Seu efeito anti-inflamatório é atribuído a compostos fenólicos e flavonoides, destacados por pesquisas de referência internacional.
- As propriedades antimicrobianas são evidenciadas na proteção contra agentes infecciosos bucais e gastrointestinais, conforme relatado em diversos artigos científicos revisados.
Referências bibliográficas
- Aviram, Michael; Dornfeld, Leonid. Pomegranate juice consumption inhibits serum angiotensin converting enzyme activity and reduces systolic blood pressure in hypertensive patients. Atherosclerosis, v. 158, n. 1, p. 195-198, 2001.
- Seeram, Navindra P. et al. Comparison of antioxidant potency of commonly consumed polyphenol-rich beverages in the United States. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 56, n. 4, p. 1415-1422, 2008.
- Vasconcelos, L. C. et al. Antimicrobial effect of the extract of Punica granatum Linn (Pomegranate) upon Staphylococcus aureus. Brazilian Journal of Infectious Diseases, v. 10, n. 1, p. 21-50, 2006.
- González-Ortega, M. A. et al. Phenolic compounds and antioxidant capacity of Mexican pomegranate (Punica granatum L.) varieties. Food Chemistry, v. 262, p. 109-117, 2018.










