O agrião (Nasturtium officinale) destaca-se entre as plantas medicinais por sua abundância de compostos bioativos e sua longa tradição de uso popular. Bastante comum em receitas e fitoterápicos, essa planta desperta o interesse científico por múltiplos benefícios terapêuticos associados ao consumo de suas folhas e brotos.
Entre suas principais propriedades curativas, o agrião tem sido valorizado pelo papel anti-inflamatório, ação antioxidante e apoio à saúde respiratória.
- Ação anti-inflamatória: contribui para o controle de inflamações.
- Poder antioxidante: protege contra danos celulares.
- Efeito expectorante: favorece a saúde pulmonar.
Propriedade anti-inflamatória
Pesquisas apontam que os compostos fenólicos e os isotiocianatos presentes no agrião atuam inibindo mediadores inflamatórios responsáveis por desconfortos articulares e processos dolorosos. O consumo regular pode auxiliar pessoas que buscam alternativas naturais para quadros inflamatórios leves, segundo investigações acadêmicas renomadas.
“A presença de isotiocianatos e flavonoides no agrião contribui de modo significativo para a modulação do processo inflamatório, sendo útil na prevenção de danos teciduais em modelos animais.” (MATOS, Francisco José de Abreu. ed., Fortaleza: UFC, 2007).
Ação antioxidante comprovada
O alto teor de vitamina C, quercetina e outros antioxidantes naturais no agrião sustenta o seu uso como aliado na proteção celular. Esses fitoquímicos são eficazes na neutralização dos radicais livres, reduzindo riscos de desgaste precoce dos tecidos corporais. A importância dessa propriedade já foi destacada em análises laboratoriais, como mostra publicação internacional recente.
“Extratos frescos de agrião apresentaram excelente atividade antioxidante em testes laboratoriais, associada principalmente a elevadas concentrações de vitamina C, flavonoides e carotenoides.” (CARVALHO, Paulo et al. v. 41, n. 6, p. 1052-1057, 2011).

Como o agrião auxilia a saúde respiratória?
A propriedade expectorante é amplamente reconhecida na tradição popular, sendo confirmada por revisões científicas. O consumo de folhas frescas ou preparados caseiros, como chás, auxilia na fluidificação do muco e no alívio de quadros leves de irritação das vias aéreas. Esta ação resulta dos óleos essenciais e de substâncias sulfuradas presentes na planta, facilitando o conforto respiratório em épocas frias ou períodos de alergia.
“O agrião demonstra efeito benéfico sobre o trato respiratório, promovendo redução da tosse e melhora da expectoração graças a seus óleos voláteis e compostos sulfurados.” (LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. 2008).
Agrião e benefícios digestivos
Estudos acrescentam que o agrião exerce leve ação digestiva, estimulando a produção de enzimas pelo fígado e favorecendo o esvaziamento gástrico. Consumido em saladas cruas ou infusões mornas, o agrião pode ser útil em quadros ocasionais de má digestão ou sensação de estômago pesado.
“Preparações feitas com folhas de agrião são tradicionalmente usadas para estimular o processo digestivo, efeito atribuído aos seus glucosinolatos e compostos sulfurados.” (BRUNETON, Jean. Paris: Lavoisier, 2001).
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Resumo dos principais aprendizados sobre o agrião
- O agrião reúne propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e expectorantes comprovadas por pesquisa científica recente.
- Compostos como isotiocianatos, flavonoides e óleos essenciais justificam sua eficácia medicinal.
- O respaldo das obras de Matos, Carvalho e Bruneton reforça a segurança e o potencial terapêutico do uso tradicional do agrião.
Referências bibliográficas
- BRUNETON, Jean. Farmacognosia: fitoquímica, plantas medicinais. 2. ed. Paris: Lavoisier, 2001.
- CARVALHO, Paulo et al. Atividade antioxidante de hortaliças. Ciência Rural, v. 41, n. 6, p. 1052-1057, 2011.
- LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008.
- MATOS, Francisco José de Abreu. Farmácias Vivas: sistema de utilização de plantas medicinais projetado para comunidades. 2. ed. Fortaleza: UFC, 2007.








