A beterraba (Beta vulgaris) é conhecida tanto pelo seu sabor adocicado quanto pelo papel marcante na alimentação saudável. Considerada um tubérculo de destaque na fitoterapia, a planta é estudada há décadas por suas propriedades medicinais, beneficiando diferentes sistemas do organismo.
Dentre os diversos benefícios da beterraba, três se destacam no tratamento natural de doenças:
- Ação antioxidante e combate aos radicais livres
- Propriedade anti-inflamatória útil na prevenção e alívio de inflamações
- Efeito hepatoprotetor, favorecendo a saúde do fígado
O que explica a ação antioxidante da beterraba?
Os princípios ativos presentes na beterraba, especialmente as betalaínas e polifenóis, possuem notável capacidade de neutralizar radicais livres, prevenindo o envelhecimento precoce das células e protegendo contra danos oxidativos. Pesquisas recentes confirmam a eficiência desses compostos na defesa do organismo, como relatado por Kuhad e Chopra no livro Medicinal and Aromatic Plants – Industrial Profiles.
“Betalaínas da beterraba apresentaram atividade antioxidante significativa, conferindo proteção celular contra lesões oxidativas e sugerindo potencial uso terapêutico em doenças relacionadas ao estresse oxidativo.” (Kuhad; Chopra, 2017).
Como ocorre a propriedade anti-inflamatória?
A beterraba é reconhecida pelo efeito anti-inflamatório atribuído principalmente à presença de compostos fenólicos, flavonoides e saponinas. Essas substâncias atuam na regulação do processo inflamatório, auxiliando na redução de edema e na melhora da resposta imunológica. Essa propriedade foi detalhada por Francisco José de Abreu Matos em sua obra sobre farmacognosia.
“O uso regular da beterraba pode resultar na atenuação de processos inflamatórios sistêmicos, em especial devido à ação combinada de polifenóis e betalaínas.” (Matos, 2009).

De que forma a beterraba favorece a saúde do fígado?
Um dos benefícios medicinais mais citados da beterraba é seu efeito hepatoprotetor. Ricos em nitratos naturais, fibras e compostos bioativos, seus extratos ajudam a reduzir o acúmulo de gordura hepática e a melhorar a filtragem de toxinas, mecanismo elucidado em pesquisas clínicas recentes. A ação protetora sobre o fígado se deve, sobretudo, ao aumento dos níveis de enzimas antioxidantes naturais do organismo, conforme apontado por estudiosos da área, incluindo Kamboj e Saluja.
“A suplementação com suco de beterraba promoveu melhora significativa na função hepática, refletindo maior capacidade antioxidante e redução do estresse hepático em modelos experimentais.” (Kamboj; Saluja, 2018).
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Como utilizar a beterraba de maneira prática no dia a dia?
Além do consumo in natura, a beterraba pode ser aproveitada em diversas formas, como sucos, ensopados ou até mesmo em pó liofilizado para suplementação alimentar. Quando preparada adequadamente, preserva a maior parte dos seus compostos benéficos. Para obter suas propriedades curativas potencializadas, algumas recomendações práticas incluem:
- Consumir o suco fresco pela manhã, garantindo máxima absorção dos antioxidantes;
- Preferir a beterraba orgânica, que concentra mais fitoquímicos devido à ausência de agrotóxicos;
- Não descartar a casca, pois nela estão presentes compostos como betaxantinas e betacianinas, com efeitos terapêuticos relevantes.
Quais são os principais benefícios cientificamente comprovados?
- A ação antioxidante da beterraba é atribuída principalmente às betalaínas, protegendo as células de danos provocados por radicais livres.
- O efeito anti-inflamatório auxilia na regulação imunológica e pode contribuir para redução de inflamações crônicas.
- Evidências científicas reforçam a importância do papel hepatoprotetor da beterraba, beneficiando a função hepática por meio de princípios ativos naturais integrados em sua composição.
Referências bibliográficas
- Kamboj, Anil; Saluja, Ajay Kumar. Phytochemistry and Therapeutic Potential of Beta vulgaris. Journal of Pharmacognosy and Phytochemistry, v. 7, n. 6, p. 839-845, 2018.
- Kuhad, Ramesh C.; Chopra, Renu. Medicinal and Aromatic Plants – Industrial Profiles. London: Academic Press, 2017.
- Matos, Francisco José de Abreu. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. 6. ed. Fortaleza: UFC, 2009.
- Wichtl, Max. Teedrogen und Phytopharmaka: Ein Handbuch für die Praxis auf wissenschaftlicher Grundlage. Stuttgart: Wissenschaftliche Verlagsgesellschaft, 2002.










