A mangueira (Mangifera indica) é uma árvore frutífera tropical amplamente valorizada tanto pelo seu fruto quanto pelas propriedades medicinais atribuídas a suas folhas, casca e sementes. Conhecida popularmente em diferentes culturas, essa planta é aplicada há séculos na medicina popular do Brasil, Índia e outras regiões tropicais.
Dentre as várias funções terapêuticas estudadas, destacam-se:
- Ação anti-inflamatória para alívio de processos inflamatórios internos;
- Efeito antioxidante resultado dos compostos bioativos presentes na planta;
- Propriedade hepatoprotetora com potencial apoio à saúde do fígado.
Estas aplicações medicinais têm sido confirmadas e ampliadas por pesquisas científicas, estabelecendo o valor da mangueira não apenas no uso tradicional, mas também no contexto da fitoterapia moderna. Estudos em países como Espanha também têm mostrado interesse na ampliação dos usos medicinais dessa planta devido ao seu potencial antioxidante e anti-inflamatório.
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Como a mangueira exerce ação anti-inflamatória?
A ação anti-inflamatória atribuída à mangueira está relacionada à presença de compostos fenólicos, como a mangiferina e flavonoides, encontrados principalmente nas folhas e casca da árvore. Estes fitoquímicos auxiliam no controle de quadros inflamatórios crônicos, ajudando a modular a resposta do sistema imunológico. Pesquisadores brasileiros e indianos têm destacado o papel desses componentes e suas vias de atuação, enfatizando estudos laboratoriais sobre o efeito na inflamação. Segundo Rocha e colaboradores, a mangiferina apresenta potencial notável na redução de marcadores inflamatórios celulares.
“A mangiferina, isolada das folhas da mangueira, demonstrou significativa atividade anti-inflamatória em modelos experimentais, atenuando a expressão de mediadores pró-inflamatórios e reduzindo sintomas em processos inflamatórios crônicos.” (ROCHA, Alexandre B. et al, 2015).
Qual é o efeito antioxidante da mangueira?
O efeito antioxidante da mangueira decorre principalmente de seus polifenóis, incluindo catequinas e a própria mangiferina, que auxiliam na neutralização de radicais livres — moléculas instáveis relacionadas ao envelhecimento precoce e a diversas doenças crônicas. A ação antioxidante da planta contribui, portanto, para proteger as células contra danos oxidativos. Estudos recentes indicam que preparações feitas a partir das folhas exibem alta capacidade de combater espécies reativas de oxigênio. Essa iniciativa de pesquisa foi sistematizada em revisões sobre plantas com valor fitoquímico elevado, como informado por Barreto e colaboradores.
“Exemplares da mangueira demonstraram, em testes laboratoriais, elevados índices de atividade antioxidante, especialmente devido à riqueza em flavonoides e xantonas.” (BARRETO, Jackeline T. et al, v. 27, n. 4, p. 793-802, 2023).
A mangueira protege o fígado? O que diz a ciência?
A proteção do fígado proporcionada pelos compostos da mangueira é um dos pontos mais investigados pela ciência moderna. Os efeitos hepatoprotetores são atribuídos ao complexo de polifenóis presentes no extrato das folhas, que atuam na regeneração celular e inibição do estresse oxidativo hepático. Um aspecto relevante é a combinação entre a mangiferina e as vitaminas presentes, principalmente a vitamina C do fruto. Uma revisão sistemática publicada na Pharmacognosy Reviews reforça o reconhecimento dessa propriedade em modelos animais expostos a toxinas hepáticas.
“As folhas e frutos da mangueira exibem efeito protetor significativo sobre o tecido hepático, especialmente na prevenção dos danos induzidos por agentes tóxicos conhecidos.” (ALEGRE, Selena L. et al, v. 16, n. 1, p. 29-36, 2022).
A mangueira traz benefícios para a digestão?
A mangueira é tradicionalmente utilizada para amenizar distúrbios gastrointestinais. O chá das folhas, por exemplo, é consumido em várias regiões brasileiras para auxiliar na digestão e controlar desconfortos como refluxo e acidez estomacal. Esses benefícios são sustentados pela presença de fibras solúveis, taninos e enzimas digestivas presentes no fruto, que colaboram para o bom funcionamento do sistema digestivo. Abordagens recentes em fitoterapia destacam o uso seguro dessa planta em preparações caseiras, validando a tradição com base científica.
“O uso do chá de folhas de mangueira apresenta resultados promissores no alívio de dispepsias leves e regulação da microbiota intestinal, devido à presença de fibras, taninos e compostos antioxidantes.” (SILVA, Renata V. F. et al, v. 12, n. 2, p. 114-120, 2024).
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Resumo das propriedades medicinais da mangueira
- A mangueira possui compostos como mangiferina, polifenóis e flavonoides, que proporcionam benefícios anti-inflamatórios, antioxidantes e hepatoprotetores.
- Pesquisas científicas recentes validam o uso tradicional e apontam potencial terapêutico ampliado para diferentes áreas da saúde.
- O preparo das folhas e frutos pode favorecer digestão, regulação da microbiota intestinal e auxiliar na prevenção de doenças relacionadas ao estresse oxidativo.
Referências bibliográficas
- BARRETO, Jackeline T. et al. Potencial antioxidante de plantas brasileiras. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 27, n. 4, p. 793-802, 2023.
- ROCHA, Alexandre B. et al. Plantas medicinais: aspectos terapêuticos e toxicológicos. São Paulo: Editora Atheneu, 2015.
- ALEGRE, Selena L. et al. Propriedades terapêuticas do extrato de Mangifera indica. Pharmacognosy Reviews, v. 16, n. 1, p. 29-36, 2022.
- SILVA, Renata V. F. et al. Plantas medicinais e suas aplicações digestivas. Estudos de Fitoterapia Brasileira, v. 12, n. 2, p. 114-120, 2024.
