A relação entre padrões de sono e o desenvolvimento da doença de Alzheimer tem chamado atenção de pesquisadores nos últimos anos. Estudos recentes apontam que alterações durante o sono, especialmente no estágio conhecido como REM (Movimento Rápido dos Olhos), podem servir como um sinal precoce do Alzheimer. O interesse aumenta diante do avanço da idade da população e do impacto que a doença tem na qualidade de vida dos indivíduos e suas famílias.
A descoberta da possível relação entre a latência para o sono REM e a presença de biomarcadores indicativos da doença é relevante, pois pode auxiliar em diagnósticos mais precoces e no direcionamento de estratégias de prevenção. Essas informações têm sido levantadas por pesquisas publicadas em revistas científicas especializadas, destacando o trabalho de neurologistas e outros profissionais da saúde que investigam os fatores que contribuem para o surgimento do Alzheimer.
O que é o sono REM e qual sua importância?
O sono REM é um dos estágios do ciclo do sono caracterizado por movimentos rápidos dos olhos e pela ocorrência de sonhos mais vívidos. Esse momento do repouso é crucial, pois está diretamente envolvido nos processos de consolidação da memória e no aprendizado. Um aspecto importante do sono REM é sua ocorrência em ciclos ao longo da noite, geralmente começando cerca de 90 minutos após o início do sono. Durante esse período, o cérebro permanece bastante ativo, embora o corpo fique praticamente imóvel, favorecendo o processo de reparação neural.
A pesquisa recente mostra que pessoas que demoram mais para atingir o sono REM podem apresentar níveis elevados de proteínas associadas ao Alzheimer em exames laboratoriais. Isso faz com que a latência para o sono REM seja vista, hoje, como um possível indicador precoce do risco para a doença. Compreender essas alterações pode ajudar médicos a orientar intervenções antecipadas, aumentando a expectativa de uma qualidade de vida melhor para os pacientes.
Existe relação entre sono ruim e Alzheimer?
Diversos estudos sugerem que a má qualidade do sono pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de Alzheimer e outras formas de demência. Além de dificultar a consolidação das memórias, problemas como insônia e despertares frequentes podem aumentar a presença de placas de proteínas que prejudicam a função cerebral. Segundo especialistas, é comum que indivíduos com algum grau de comprometimento cognitivo relatem distúrbios do sono, o que torna a identificação desses sintomas ainda mais importante.
Embora ainda existam questões a serem respondidas sobre a causalidade desse vínculo, existe um consenso crescente de que hábitos de sono saudáveis colaboram para a proteção da saúde cerebral. A busca por um sono regular, profundo e de qualidade é vista como benéfica não só para a memória, mas também para o bem-estar geral.

Como melhorar o sono e reduzir o risco de Alzheimer?
A adoção de medidas simples relacionadas à higiene do sono pode contribuir para uma noite mais tranquila, favorecendo todos os estágios do descanso, inclusive o REM. Algumas recomendações baseadas em evidências científicas incluem:
- Estabeleça horários fixos para dormir e acordar, mesmo nos fins de semana;
- Evite bebidas com cafeína ou álcool, especialmente nas horas que antecedem o sono;
- Torne o ambiente do quarto confortável, silencioso e com pouca luz, minimizando distrações;
- Inclua atividade física regular na rotina, preferencialmente nos períodos da manhã ou tarde;
- Desenvolva um ritual relaxante antes de dormir, como leitura ou técnicas de respiração;
- Se necessário, busque orientação de um profissional especializado em distúrbios do sono.
Além dessas ações, controlar fatores de risco como pressão alta, diabetes e perda auditiva também pode contribuir para a redução da incidência de doenças neurodegenerativas. A limitação do consumo de álcool e a não exposição ao tabagismo fazem parte das recomendações mais atuais para promover a saúde cerebral ao longo dos anos.
Como identificar alterações no sono que merecem atenção?
É recomendado ficar atento a sinais como dificuldade persistente para dormir, sensação de fadiga excessiva durante o dia, esquecimentos recorrentes ou mudanças repentinas no padrão de repouso. Esses indícios podem indicar não apenas distúrbios do sono, mas também outras condições clínicas que requerem avaliação especializada.
No caso de dúvidas sobre a qualidade do sono ou suspeita de problemas cognitivos, a realização de um estudo do sono ou a consulta a um neurologista pode ajudar a elucidar as causas e orientar os cuidados adequados. Em 2025, os avanços em técnicas de diagnóstico e a maior conscientização da importância do sono tornam possível um acompanhamento precoce, com potencial para modificar o curso da doença.
Manter o foco em hábitos saudáveis, atentar-se aos sinais do corpo e procurar apoio especializado sempre que necessário são iniciativas que, além de melhorar a qualidade do sono, podem ser aliadas importantes na prevenção do Alzheimer. O conhecimento sobre a relação entre sono REM e doenças neurodegenerativas segue em expansão, apontando para a necessidade de cuidado contínuo com o bem-estar cerebral.









