Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um aumento considerável no uso de medicamentos Antidepressivos entre adultos, especialmente na faixa etária de 29 a 58 anos. De acordo com o levantamento da Funcional Health Tech, houve um crescimento de 12,4% no uso desses medicamentos, baseado em dados de mais de 2,5 milhões de beneficiários do Benefício Farmácia, comparando períodos de junho de 2023 a maio de 2024 e junho de 2024 a maio de 2025. Essa alta destaca a relevância da saúde mental e o impacto do estilo de vida moderno nas pessoas.
O aumento no consumo de Antidepressivos reflete uma transformação cultural significativa no país. As longas jornadas de trabalho, o estresse constante e a insegurança econômica têm contribuído para esse cenário. Hoje em dia, o diálogo sobre saúde mental é mais aberto, resultando em uma maior busca por tratamento e consequente aumento no uso desses medicamentos. Além disso, os dados da Pesquisa Nacional de Saúde indicam que 10,2% dos brasileiros com 18 anos ou mais foram diagnosticados com depressão, com quase metade desse grupo utilizando Antidepressivos.
Como o envelhecimento populacional e o uso de medicamentos crônicos tem relação?
O envelhecimento é outro fator crucial que influencia o consumo de medicamentos no Brasil. Dados da pesquisa mostram que entre os beneficiários do Benefício Farmácia com mais de 58 anos, houve um aumento de 9,4% no uso de medicamentos como antidiabéticos, anti-hipertensivos e estatinas. Isso reflete, em parte, o crescimento da população idosa no país, com previsões de que em 2070, 37,8% da população brasileira seja composta por idosos.
O envelhecimento populacional está diretamente vinculado ao maior número de diagnósticos de condições crônicas que exigem tratamento contínuo, como diabetes e hipertensão. Além disso, as diretrizes médicas atuais recomendam o início precoce de tratamentos preventivos, contribuindo para o aumento no uso de medicamentos. À medida que as pessoas vivem mais, acumulam mais condições de saúde que requerem atenção, elevando o desafio de garantir que esses tratamentos resultem em qualidade de vida sem criar um ônus financeiro significativo.
Quais as consequências do uso aumentado de medicamentos?

O aumento do uso de medicamentos, especialmente entre os idosos, traz consigo desafios notáveis, incluindo o risco de interações medicamentosas e a baixa adesão ao tratamento. Com mais pessoas tomando múltiplos medicamentos, é essencial implementar sistemas de acompanhamento cuidadosos para garantir que os tratamentos sejam seguros e eficazes. Além disso, há a necessidade de políticas que tornem esses tratamentos economicamente viáveis para a população, especialmente em um contexto onde muitos dependem de múltiplos medicamentos simultaneamente.
Mudanças no uso de anticoncepcionais: ama nova tendência?
Outro aspecto interessante destacado pela pesquisa é a redução de 9,8% no uso de anticoncepcionais entre mulheres de 34 a 43 anos. Esse fenômeno pode estar associado à adesão à maternidade tardia e ao uso crescente de outros métodos contraceptivos, como DIU e implantes hormonais. No Brasil, essas opções têm se tornado mais acessíveis e seguras, com a inclusão oficial de procedimentos como a inserção de DIU na atenção básica do SUS, facilitando o acesso, mesmo em regiões com menor disponibilidade de profissionais médicos.
Ao mesmo tempo, o uso de contraceptivos entre mulheres mais jovens tem aumentado, sugerindo que o planejamento reprodutivo continua a ser uma prioridade. Essas tendências indicam mudanças na abordagem das mulheres em relação à maternidade e ao controle reprodutivo, refletindo também nas políticas de saúde feminina e na forma como as empresas podem antecipar e estruturar suas estratégias de suporte à saúde.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
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