A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), através do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), firmou um acordo inovador com a farmacêutica EMS para a produção de medicamentos que prometem transformar o mercado brasileiro de tratamentos para diabetes tipo 2 e obesidade. As substâncias liraglutida e semaglutida, desenvolvidas originalmente pelo laboratório dinamarquês Novo Nordisk, terão suas versões nacionais produzidas graças a uma transferência de tecnologia acordada entre as duas instituições. Esta iniciativa promete fortalecer o Complexo Econômico-Industrial da Saúde do país e expandir a capacidade da Fiocruz para incluir medicamentos injetáveis em sua produção, conforme enfatizado por Silvia Santos, diretora de Farmanguinhos.
A produção inicial desses medicamentos ocorrerá na unidade da EMS em Hortolândia, São Paulo, antes de ser transferida integralmente para o Complexo Tecnológico de Medicamentos de Farmanguinhos, no Rio de Janeiro. Este movimento estratégico foi revelado durante o Fórum Saúde, um evento que destaca parcerias importantes entre entidades de saúde no Brasil. Tais medicamentos são reconhecidos por sua capacidade de simular o hormônio GLP-1, que desempenha papéis cruciais na regulação da insulina, digestão e sensação de saciedade, tornando-os opções eficazes tanto para o tratamento do diabetes tipo 2 quanto para o controle da obesidade.
Qual o papel da Fiocruz no fortalecimento da saúde pública?

A Fiocruz, sendo uma instituição de renome na área da saúde pública brasileira, almeja com essa parceria não apenas suprir a demanda interna por esses medicamentos, mas também reduzir os custos associados à sua importação. A produção nacional é um passo significativo para a incorporação dessas terapias no Sistema Único de Saúde (SUS), permitindo um acesso mais amplo e com menor impacto financeiro para o governo. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a fabricação pública desses medicamentos pode facilitar ainda mais sua adoção pelo SUS, desde que aprovados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).
Quais são os benefícios das canetas para emagrecimento?
As chamadas “canetas emagrecedoras”, que incluem a liraglutida e a semaglutida, são ferramentas valiosas no tratamento da obesidade e diabetes tipo 2. Esses medicamentos atuam imitando o GLP-1, um hormônio que não só auxilia na produção de insulina mas também desacelera o esvaziamento gástrico, promovendo a saciedade e, consequentemente, a redução do consumo alimentar. Isso resulta em significativa perda de peso, o que é um marco no manejo da obesidade. Enquanto a liraglutida requer injeções diárias, a semaglutida simplifica o tratamento com apenas uma aplicação semanal e tem demonstrado resultados de perda de peso ainda mais expressivos em estudos recentes.
Qual o futuro da produção de medicamentos no Brasil?
Com a esperada expiração da patente da semaglutida em 2026, a Fiocruz e a EMS posicionam-se estrategicamente para lançarem versões genéricas desses medicamentos inovadores no mercado brasileiro. Este avanço é visto como um estímulo à concorrência e uma oportunidade para expandir a produção nacional, tornando esses tratamentos mais acessíveis à população. A possibilidade de registrar novos produtos similares também está sendo considerada pela Anvisa, que planeja atrair outras empresas para o mercado, assegurando que os benefícios dessas terapias possam ser aproveitados por um número cada vez maior de pacientes.
Em fim, a parceria entre Fiocruz e EMS marca um novo capítulo na produção de medicamentos no Brasil, destacando o compromisso da Fiocruz em liderar inovações que priorizem a saúde pública e a acessibilidade econômica. Esta cooperação não apenas representa um avanço tecnológico, mas também uma esperança para milhões de brasileiros que dependem de tratamentos eficazes para condições como diabetes e obesidade.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
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