Por Dra. Julianne Pessequillo, Geriatria
A Demência é uma condição frequentemente mal compreendida, especialmente entre os idosos. É essencial elucidar que essa síndrome decorre da perda progressiva da capacidade cognitiva, afetando memória, raciocínio e comportamento. Ao contrário do que muitos pensam, a Demência não é uma consequência inevitável do envelhecimento. Compreender essa diferença é crucial para desmistificar preconceitos e promover uma percepção mais clara sobre o assunto.
O termo “Demência”, às vezes, é utilizado de forma pejorativa para descrever alterações comportamentais nos idosos. No entanto, em termos clínicos, refere-se a um conjunto de sintomas que incluem declínio na memória, raciocínio e capacidade de realizar atividades cotidianas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 5 a 8% das pessoas com mais de 60 anos apresentam essa síndrome. Essa estatística sublinha a necessidade de um diagnóstico adequado e precoce, algo ainda deficiente em muitos países, especialmente em contextos de baixa e média renda.
Quais são os tipos mais comuns de Demência?
Existem diversas formas de Demência, cada uma com características específicas. A forma mais conhecida é a doença de Alzheimer, responsável por aproximadamente 60 a 80% dos casos. Outras variedades incluem a Demência vascular, causada por problemas na circulação sanguínea no cérebro, e a demência com corpos de Lewy, que combina sintomas de Alzheimer e Parkinson. Cada tipo possui particularidades que requerem tratamentos e abordagens específicas, enfatizando a importância de um diagnóstico preciso.
Qual é a diferença entre envelhecimento normal e Demência?
Muitos associam a perda de memória ao envelhecimento, confundindo-se com os sintomas de Demência. No entanto, envelhecer naturalmente implica em declínios cognitivos leves, como ligeiras dificuldades em lembrar nomes ou palavras. A Demência, no entanto, impacta profundamente a capacidade de uma pessoa de realizar tarefas diárias e de viver de forma independente. A distinção está na intensidade e no tipo de prejuízo cognitivo apresentado.

Como prevenir ou retardar a Demência?
Embora ainda não exista uma cura para a Demência, algumas ações podem ajudar a adiar ou atenuar seus efeitos. A prática regular de exercícios físicos, uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes, e a manutenção de uma vida social ativa são medidas recomendadas. Além disso, o controle de fatores de risco como hipertensão, diabetes e sedentarismo é vital. A OMS também destaca a importância de atividades cognitivas para manter o cérebro ativo e saudável.
Qual é o papel do suporte psicológico na Demência?
O suporte psicológico desempenha um papel crucial tanto para os pacientes quanto para seus familiares. A terapia pode auxiliar no fortalecimento das faculdades mentais, ajudando a pessoa a conviver com os desafios impostos pela síndrome. Para os familiares, a orientação psicológica é um suporte essencial para compreenderem e lidarem com a progressão da Demência em entes queridos. Plataformas de atendimento psicológico online se tornam ferramentas valiosas, oferecendo flexibilidade e acesso a profissionais qualificados.
Em suma, a Demência é uma condição complexa que exige uma compreensão aprofundada e humanizada. Educar-se sobre o tema pode ajudar a combater estigmas e a promover um ambiente mais acolhedor para aqueles que convivem com a síndrome. O apoio contínuo e bem estruturado, aliando medicina, psicologia e cuidados diários, é o caminho para garantir uma qualidade de vida digna aos afetados pela Demência.







