A arruda (Ruta graveolens L.) é uma planta medicinal com uma rica história na medicina popular, valorizada por seu aroma forte e distintivo. Suas folhas contêm um complexo de compostos bioativos, especialmente as furanocumarinas e os alcaloides, que lhe conferem propriedades curativas importantes, incluindo notável ação anti-inflamatória, antiespasmódica e antifúngica.
- Possui ação anti-inflamatória e analgésica, usada tradicionalmente para aliviar dores.
- Apresenta propriedades antifúngicas e antimicrobianas, útil em infecções tópicas.
- Contém fitoquímicos com efeito antiespasmódico, auxiliando no alívio de cólicas.
Propriedade anti-inflamatória e analgésica
Os benefícios terapêuticos da arruda no alívio da dor e da inflamação são amplamente reconhecidos na fitoterapia. Os princípios ativos como a rutina e a querecetina, juntamente com o óleo essencial, exercem um efeito anti-inflamatório ao modular a produção de mediadores da inflamação. Isso faz com que a arruda seja usada topicamente para aliviar dores reumáticas, contusões e inchaços. Estudos farmacológicos confirmam a base científica dessa aplicação. De acordo com um artigo da Revista Brasileira de Plantas Medicinais,
“Extratos de Ruta graveolens demonstraram atividade anti-inflamatória significativa em modelos in vivo, o que está associado à inibição da migração de leucócitos e à redução da produção de citocinas inflamatórias” (OLIVEIRA et al., 2014).

Leia também: Essa erva simples virou aliada natural da saúde renal segundo especialistas
Ação antifúngica e antimicrobiana tópica
Outra importante propriedade medicinal da arruda é sua ação antifúngica e antimicrobiana, atribuída aos seus óleos voláteis e aos alcaloides como a arborinina. Esses compostos bioativos são eficazes no combate a certos tipos de fungos e bactérias, o que justifica o uso do extrato de arruda em infecções tópicas, como micoses cutâneas e piolhos (uso externo). Essa característica é de grande interesse na botânica medicinal para formulações tópicas. Pesquisas de microbiologia atestam a eficácia do óleo.
“O óleo essencial de arruda demonstrou atividade inibitória contra uma ampla gama de fungos patogênicos, incluindo espécies de Candida, sugerindo seu potencial uso como um agente antifúngico natural em produtos de cuidado pessoal” (PAVAN et al., 2010).
Para mais curiosidades dessa erva, o canal do Júlio luchmann mostra outros benefícios:
Dica de uso externo: Para infecções fúngicas leves (micoses), o óleo essencial diluído em um óleo vegetal carreador (como óleo de coco) pode ser aplicado na área afetada, sempre com cautela devido ao risco de fototoxicidade.
Risco de fototoxicidade e cuidados com a furanocumarina
É crucial abordar a principal contraindicação da arruda: a presença de furanocumarinas (como o psoraleno e a bergaptena). Esses fitoquímicos tornam a pele extremamente sensível à luz solar (fototoxicidade). O contato da pele com a planta fresca, seguido pela exposição ao sol, pode causar queimaduras, bolhas e dermatite severa. Este é um risco sério que deve ser sempre considerado ao manipular a arruda. O livro Plantas Medicinais no Brasil adverte sobre o perigo.
“As furanocumarinas presentes na Ruta graveolens são fototóxicas, reagindo sob a luz ultravioleta e causando fotodermatite. O manuseio da planta deve ser feito com luvas, e a aplicação de seus extratos sobre a pele deve evitar rigorosamente a exposição solar” (CORRÊA, 2018).
Para aprofundar essa técnica, selecionamos o conteúdo do canal Nutricionista Patricia Leite, que já conta com mais de 8 milhões de inscritos. No vídeo a seguir, o médico detalha outros benefícios dessa erva na saúde:
Potencial curativo com cautela
A arruda é uma planta medicinal com um vasto leque de propriedades curativas, especialmente sua ação anti-inflamatória e antifúngica. No entanto, o conhecimento de seus compostos bioativos, como as furanocumarinas, é indispensável para um uso seguro e responsável, sempre priorizando a cautela devido ao risco de fototoxicidade.
- Os flavonoides e alcaloides da arruda conferem-lhe propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, úteis para dores musculares.
- O óleo essencial apresenta ação antifúngica e antimicrobiana, sendo estudado para o controle de infecções tópicas.
- É fundamental ter extrema cautela com as furanocumarinas do extrato, que causam forte fototoxicidade na pele exposta ao sol.
Referências bibliográficas
- CORRÊA, Maria do Carmo Lacerda. Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2018.
- OLIVEIRA, Ana Lúcia S. et al. Estudo da atividade anti-inflamatória e analgésica de extrato hidroalcoólico de Ruta graveolens L. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 16, n. 4, p. 817-823, 2014.
- PAVAN, Fábio R. et al. In vitro activity of Ruta graveolens L. against species of *Candida*. Brazilian Journal of Microbiology, v. 41, n. 2, p. 287-293, 2010.










