A malva (Malva sylvestris) é uma planta herbácea comum, amplamente utilizada na medicina tradicional devido às suas notáveis propriedades medicinais. Reconhecida por suas flores vibrantes e folhas macias, ela oferece diversos benefícios para a saúde, especialmente em condições inflamatórias e irritativas.
- Ação Emoliente e Protetora de Mucosas
- Propriedade Anti-inflamatória
- Alívio de Distúrbios Respiratórios
Ação emoliente e protetora de mucosas
As propriedades mais notáveis da malva são atribuídas ao seu alto teor de mucilagens. Estas substâncias formam uma camada protetora sobre as membranas mucosas do corpo, acalmando irritações e inflamações em diversas regiões. De acordo com o “Compêndio de Fitoterapia” de Jorge Alonso,
“As mucilagens da Malva sylvestris conferem-lhe um efeito emoliente e protetor, sendo particularmente úteis para revestir e suavizar mucosas irritadas, como as da garganta e do trato gastrointestinal” (ALONSO, 2004).
Propriedade anti-inflamatória
Além das mucilagens, a malva contém flavonoides e antocianinas que contribuem para sua capacidade anti-inflamatória. Esses compostos atuam na modulação das respostas inflamatórias do organismo, promovendo alívio em quadros de dor e inchaço. Segundo estudos publicados na revista Planta Medica,
“Extratos de Malva sylvestris demonstraram capacidade de inibir mediadores inflamatórios, sugerindo um efeito anti-inflamatório que pode ser atribuído à sinergia de seus constituintes polifenólicos e mucilaginosos” (CONDE-GONZÁLEZ et al., 2012).
Alívio de distúrbios respiratórios
A malva é tradicionalmente utilizada para aliviar sintomas de gripes, resfriados, tosse e bronquite. Suas mucilagens ajudam a umedecer as vias respiratórias, facilitando a expectoração e acalmando a irritação da garganta e brônquios. Conforme a “Farmacognosia: do produto natural ao medicamento” de Francisco José de Abreu Matos,
“As mucilagens da malva formam uma película protetora na mucosa da orofaringe, reduzindo a irritação e aliviando a tosse seca e as inflamações da garganta, agindo como um expectorante suave e demulcente” (MATOS, 2009).
Um chá morno de malva pode ser reconfortante para a garganta irritada. Prepare-o por infusão das folhas e flores secas.
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Cuidado com a pele e feridas
A malva também pode ser aplicada topicamente para tratar irritações cutâneas, queimaduras leves, picadas de insetos e feridas. Suas propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias promovem a regeneração dos tecidos e acalmam a pele. A aplicação de compressas com o chá de malva é um método comum. De acordo com o livro “Medicinal Plants of the World” de Ben-Erik van Wyk e Michael Wink,
“As propriedades emolientes e anti-inflamatórias da malva tornam-na adequada para o tratamento tópico de problemas de pele, promovendo a cicatrização de feridas e aliviando inflamações dérmicas” (VAN WYK; WINK, 2015).
Apoio à saúde digestiva
Além de proteger a mucosa gastrointestinal, a malva pode auxiliar em casos de prisão de ventre e inflamações intestinais. A presença de fibras e mucilagens promove o trânsito intestinal regular, sem ser laxativa agressiva. Em um estudo sobre fitoterapia digestiva,
“A malva contribui para a regulação do trânsito intestinal e para o alívio de condições como a colite, devido à sua capacidade de suavizar a mucosa intestinal e reduzir a irritação, promovendo uma digestão mais confortável” (MARTINS; NOGUEIRA; MATOS, 2016).
Um aliado natural para o bem-estar
- A malva é uma planta notável pelas suas propriedades emolientes, anti-inflamatórias e protetoras de mucosas, respaldadas por pesquisas científicas.
- Seus constituintes, como mucilagens, flavonoides e antocianinas, são essenciais para o alívio de distúrbios respiratórios, irritações de pele e problemas digestivos.
- A inclusão da malva em sua rotina, seja em chás ou compressas, oferece uma abordagem natural e eficaz para promover o bem-estar e tratar condições inflamatórias de forma suave.
Referências bibliográficas
- ALONSO, Jorge R. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario: Corpus, 2004.
- CONDE-GONZÁLEZ, J. et al. Anti-inflammatory activity of standardized extracts from Malva sylvestris L. leaves. Planta Medica, v. 78, n. 11, p. 1046-1052, 2012.
- MARTINS, E. R.; NOGUEIRA, L. C.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais para o Tratamento de Distúrbios Digestivos. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2016.
- MATOS, Francisco José de Abreu. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. Fortaleza: Edições UFC, 2009.
- VAN WYK, Ben-Erik; WINK, Michael. Medicinal Plants of the World. 3. ed. Portland: Timber Press, 2015.









