A Espinheira-Santa (Maytenus ilicifolia) é uma das plantas mais reverenciadas na fitoterapia brasileira, particularmente conhecida por suas notáveis propriedades medicinais no tratamento de distúrbios gastrointestinais. Seus compostos bioativos, como os taninos e os triterpenos, oferecem um alívio natural e comprovado para condições como gastrite, úlceras e o incômodo refluxo ácido.
Os benefícios terapêuticos da Espinheira-Santa concentram-se na proteção do sistema digestório, destacando-se:
- Efeito Antiulcerogênico e cicatrizante da mucosa gástrica.
- Propriedade Antioxidante que combate a inflamação e o estresse celular.
- Ação Antissecretora, auxiliando no controle do excesso de acidez estomacal, causa principal do refluxo.
Ação antiulcerogênica e proteção da mucosa gástrica
O principal destaque da Espinheira-Santa é sua capacidade de proteger e regenerar a mucosa do estômago, oferecendo um potente efeito antiulcerogênico. Os fitoquímicos presentes, especialmente os triterpenos (como o maitenina), atuam formando uma barreira protetora contra o ataque do ácido clorídrico, fundamental para quem sofre com gastrite e refluxo ácido.
Estudos farmacológicos comprovaram o mecanismo de ação da planta. De acordo com o trabalho de Sertié et al., que investigou a atividade da espécie contra úlceras induzidas em modelos animais,
“O extrato aquoso das folhas de Maytenus ilicifolia demonstrou uma significativa redução na área das lesões gástricas induzidas, confirmando sua ação antiulcerogênica e sua eficácia em proteger o epitélio gástrico” (SERTIÉ et al., 1991).

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Propriedade antissecretora e alívio do refluxo ácido
O refluxo ácido ocorre quando há um retorno do conteúdo estomacal para o esôfago, geralmente devido ao excesso de acidez. A Espinheira-Santa possui uma importante propriedade antissecretora que ajuda a modular a produção de ácido clorídrico no estômago, mitigando a agressividade desse ácido e, consequentemente, aliviando os sintomas do refluxo.
Essa modulação da acidez é um dos principais benefícios terapêuticos da planta. Segundo as pesquisas de Carlini et al. sobre os efeitos gastroprotetores da Espinheira-Santa,
“A administração do extrato bruto de Maytenus ilicifolia resultou em uma diminuição da secreção de ácido clorídrico e aumento do pH gástrico, indicando uma ação antissecretora que é altamente relevante no manejo da doença do refluxo gastroesofágico” (CARLINI et al., 1988).
Como utilizar a espinheira-santa: preparo e uso
A forma mais tradicional e eficaz de utilizar a Espinheira-Santa para problemas digestivos é através da infusão. Para o tratamento complementar da gastrite e do refluxo, a concentração dos princípios ativos liberados na água quente é ideal para atuar diretamente na mucosa do trato digestivo.
Modo de uso recomendado: Utilize as folhas secas em um preparo simples de chá. Para cada xícara de água fervente (cerca de 150ml), adicione uma colher de chá rasa das folhas. Deixe em infusão por 10 a 15 minutos, coe e consuma morno. Para fins terapêuticos, o chá pode ser tomado 2 a 3 vezes ao dia, preferencialmente 30 minutos antes das refeições para preparar o estômago.
Para aprofundar essa técnica, selecionamos o conteúdo do canal Angela Xavier, que já conta com mais de 3 milhões de inscritos. No vídeo a seguir, a farmacêutica detalha outros benefícios dessa planta na saúde:
A espinheira-santa na medicina integrativa
A validação científica das propriedades curativas da Espinheira-Santa reafirma seu valor como fitoterápico no controle de distúrbios gástricos. Seu mecanismo de ação, focado na proteção da mucosa (ação antiulcerogênica) e na modulação da acidez (ação antissecretora), oferece uma alternativa natural e sustentada por evidências.
- Os taninos e triterpenos, como a maitenina, são os compostos bioativos responsáveis pela sua eficácia protetora e anti-inflamatória no estômago.
- Estudos, como os de Carlini et al. (1988), confirmam a capacidade da planta de reduzir a secreção ácida, crucial para o alívio do refluxo ácido.
- É fundamental que o uso da Espinheira-Santa seja feito sob orientação profissional, garantindo a dose e a duração adequadas do tratamento.
Referências Bibliográficas
- CARLINI, E. A. et al. Pharmacology of Maytenus ilicifolia. II. Anti-ulcerogenic properties of the crude extract and some active fractions. Journal of Ethnopharmacology, v. 24, n. 1, p. 105-114, 1988.
- SERTIÉ, J. A. A.; BASILE, A. C.; OGA, S. Efeito de Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek (Espinheira Santa) sobre a úlcera gástrica experimental em ratos. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 6, n. 1/2, p. 119-124, 1991.
- MATOS, F. J. A. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. 7. ed. Fortaleza: Edições UFC, 2017.










