A Losna (Artemisia absinthium), também conhecida como Absinto, é uma planta medicinal com um sabor intensamente amargo, historicamente valorizada por suas propriedades curativas no sistema digestório. Seus compostos bioativos, em especial as lactonas sesquiterpênicas como a absintina, são responsáveis por sua poderosa ação tônica e estimulante.
Os benefícios terapêuticos da Losna, que a tornam um excelente remédio natural, incluem:
- Ação Eupéptica e Estomáquica, estimulando o apetite e a digestão.
- Propriedade Antiparasitária e vermífuga, devido à presença de artemisinina e tuyona.
- Efeito Colerético, favorecendo a produção de bile e a saúde hepática.
Ação eupéptica e estomáquica para a digestão
O sabor amargo da Losna é a chave para sua propriedade medicinal como eupéptico (facilitador da digestão) e estomáquico. O amargor, provocado pela absintina e outros princípios ativos, estimula as papilas gustativas, que por sua vez desencadeiam um reflexo nervoso que aumenta a secreção de saliva, suco gástrico e bile, otimizando todo o processo de digestão.
A preparação do chá (infusão) é frequentemente recomendada para combater a dispepsia e a falta de apetite. De acordo com o livro de referência “Fitoterapia: Bases Científicas e Práticas”, que discute a farmacologia das plantas amargas,
“A Artemisia absinthium é reconhecida por sua atividade amarga, que promove a estimulação das secreções digestivas, sendo eficaz no tratamento da dispepsia e como tônico amargo para restaurar o apetite” (SIMÕES et al., 2017).

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Propriedade antiparasitária e vermífuga
Um dos benefícios terapêuticos mais notáveis da Losna é sua propriedade antiparasitária. Embora a absintina seja a responsável pelo amargor, outros fitoquímicos, incluindo a tuyona e derivados da artemisinina, conferem à planta uma ação vermífuga, sendo usada tradicionalmente no combate a parasitas intestinais.
A tuyona, em particular, é um composto que exige cautela, mas que apresenta atividade biológica contra diversos microrganismos. O potencial antiparasitário da Losna tem sido objeto de diversos estudos de etnofarmacologia. Segundo um estudo publicado na revista Parasitology Research,
“Extratos de Artemisia absinthium demonstraram inibir o crescimento e a motilidade de certos parasitas intestinais em testes in vitro, suportando seu uso etnomédico como agente vermífugo, embora a dosagem e o perfil de segurança exijam atenção devido à presença de tuyona” (TARIQ et al., 2009).
Efeito colerético e suporte hepático
A Losna contribui indiretamente para a saúde hepática e para a digestão de gorduras através de seu efeito colerético. Assim como outros amargos, a planta estimula o fígado a produzir mais bile. A bile é fundamental para a emulsificação dos lipídios no intestino delgado e para a eliminação de resíduos metabólicos do fígado.

A melhora na função biliar alivia a sobrecarga hepática e otimiza a absorção de nutrientes. Este é um mecanismo de apoio à digestão que acompanha a ação estomáquica. De acordo com a Comissão E Alemã, autoridade em fitoterapia,
“A droga vegetal Losna (Artemisia absinthium) possui efeitos de aumento da secreção de suco gástrico e de bile, sendo clinicamente indicada para dispepsia e perda de apetite, por estimular o processo digestivo como um todo” (BLUMENTHAL et al., 1998).
Preparando o chá de losna: cautela e concentração
Para aproveitar as propriedades curativas da Losna, o chá é a forma mais comum. No entanto, é vital usar a dosagem correta para evitar a ingestão excessiva de tuyona, especialmente em preparações domésticas. O amargor terapêutico atua em pequenas quantidades.
Dica de preparo seguro: Utilize as sumidades floridas ou as folhas secas. Use uma porção muito pequena (cerca de 0,5 a 1 grama por xícara) em infusão por não mais que 5 a 10 minutos. O chá deve ser consumido antes das refeições (15 a 30 minutos) para estimular o apetite e a digestão. O uso deve ser intermitente e não contínuo.
Para aprofundar essa técnica, selecionamos o conteúdo da Esther Costa do canal MundoBoaForma que já conta com mais de 400 mil inscritos. No vídeo a seguir, a nutricionista detalha outros benefícios dessa planta na saúde:
Rigor científico na fitoterapia amarga
A Losna é um exemplo clássico do uso de plantas amargas para a saúde digestiva. Seus compostos bioativos, como a absintina, fornecem um forte estímulo para a digestão e o apetite, com propriedades curativas bem estabelecidas, incluindo o potencial antiparasitário.
- A absintina e outros amargos estimulam reflexamente a produção de secreções gástricas e biliares, conforme o princípio de ação eupéptica (Simões et al., 2017).
- A propriedade antiparasitária é comprovada em estudos que buscam validar seu uso tradicional contra vermes intestinais (Tariq et al., 2009).
- É crucial o uso da Losna em doses baixas e por curtos períodos para garantir a segurança e evitar a toxicidade associada à tuyona.
Referências bibliográficas
- BLUMENTHAL, M. et al. The Complete German Commission E Monographs: Therapeutic Guide to Herbal Medicines. Austin: American Botanical Council, 1998.
- SIMÕES, S. M. O. et al. Farmacognosia: Bases Científicas e Práticas. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
- TARIQ, K. A. et al. In vitro anthelmintic efficacy of Artemisia absinthium against ovine gastrointestinal nematodes. Parasitology Research, v. 104, n. 4, p. 755-758, 2009.







