O Sene (Senna alexandrina, ou Cassia angustifolia/acutifolia) é mundialmente reconhecido por suas fortes propriedades medicinais no tratamento da constipação intestinal, ou intestino preso. Esta planta, utilizada há séculos na medicina popular, possui compostos bioativos poderosos, com eficácia comprovada cientificamente na regulação do trânsito intestinal e no alívio de quadros de prisão de ventre.
Os benefícios terapêuticos do sene para a saúde digestiva são amplos, destacando-se:
- Poderosa Ação Laxativa, estimulando o peristaltismo intestinal.
- Efeito Hidragogo, aumentando o teor de água nas fezes.
- Uso no tratamento de curto prazo do intestino preso crônico ou ocasional.
Ação laxativa e o estímulo do peristaltismo
A principal propriedade curativa do sene deve-se aos seus princípios ativos, os senosídeos (glicosídeos antraquinônicos). Esses compostos são metabolizados pelas bactérias do cólon, liberando agliconas ativas que estimulam diretamente as contrações musculares do intestino grosso (peristaltismo). Este estímulo é fundamental para mover o bolo fecal e tratar o intestino preso.
O mecanismo de ação dos senosídeos é bem documentado na farmacopeia. De acordo com o livro de Matos, que detalha a farmacognosia de plantas medicinais,
“Os senosídeos agem por irritação do cólon, aumentando a motilidade e o transporte de eletrólitos e água para o lúmen intestinal, resultando em uma defecação amolecida e facilitada, tipicamente de 6 a 12 horas após a ingestão” (MATOS, 2017).

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Efeito hidragogo e a umidificação das fezes
Além de estimular o movimento intestinal, o sene apresenta um efeito hidragogo, contribuindo para aumentar o volume e a umidade das fezes. Essa ação é crucial, pois no intestino preso, as fezes tendem a ser duras e secas, dificultando a passagem. Os senosídeos inibem a absorção de água e eletrólitos na mucosa do cólon, promovendo sua acumulação no intestino.
Este acúmulo de água facilita a formação de um bolo fecal mais macio e volumoso, o que, juntamente com o aumento do peristaltismo, alivia a constipação de forma eficaz. A monografia da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o sene destaca essa dupla função.
“O efeito laxativo do sene é decorrente tanto do aumento da motilidade colônica quanto da inibição da absorção de água e eletrólitos, garantindo um resultado puramente laxativo e não apenas um amolecimento fecal” (WHO, 1999).
Uso e precauções no tratamento do intestino preso
Devido à sua potência, o sene é geralmente reservado para o tratamento de curto prazo da constipação. A ação laxativa é forte, e o uso contínuo pode levar à dependência ou à perda de eletrólitos, por isso a moderação e a orientação profissional são cruciais ao utilizar esta planta medicinal.
Dica de preparo seguro: O chá deve ser preparado com moderação: use de 0,5 a 2 gramas de folhas secas para cada xícara de água fervente. É recomendado que o consumo seja feito à noite, pois o efeito laxativo ocorre apenas após algumas horas, proporcionando alívio na manhã seguinte.
Para aprofundar essa técnica, selecionamos o conteúdo do canal Dr Juliano Teles, que já conta com mais de 3 milhões de inscritos. No vídeo a seguir, o médico detalha outros benefícios dessa planta na saúde:
Solução natural comprovada
O sene se mantém como um dos fitoterápicos mais estudados e prescritos para o intestino preso. Seus benefícios terapêuticos são inquestionáveis no alívio da constipação de forma aguda, graças à alta concentração de senosídeos, que garantem a dupla ação de estímulo motor e hidragogo no cólon.
- Os senosídeos são os princípios ativos que desencadeiam a poderosa ação laxativa do sene, aumentando as contrações intestinais.
- A OMS (1999) reconhece a eficácia do sene para o tratamento de curto prazo da constipação, reforçando a necessidade de uso limitado e supervisionado.
- Apesar de sua eficácia, o sene deve ser usado com cautela, pois o uso prolongado pode causar desequilíbrio eletrolítico e dependência.
Referências bibliográficas
- MATOS, F. J. A. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. 7. ed. Fortaleza: Edições UFC, 2017.
- WHO (World Health Organization). WHO Monographs on Selected Medicinal Plants. Volume 1. Geneva: World Health Organization, 1999.
- BRUNETON, J. Pharmacognosy, Phytochemistry, Medicinal Plants. 2. ed. Paris: Lavoisier Publishing, 1999.









