A sálvia hispânica (Salvia hispanica) vem se destacando nos últimos anos entre especialistas em plantas medicinais pelas suas propriedades funcionais no suporte à saúde. Essa planta, popularmente conhecida como chia, é originária do México e apresenta ampla aplicação tanto na alimentação quanto em práticas terapêuticas naturais. Estudos científicos avançados reforçam o papel dos seus compostos bioativos na prevenção de doenças e na promoção do bem-estar geral.
De acordo com pesquisas recentes, os benefícios terapêuticos da sálvia hispânica incluem:
- Ação antioxidante que protege as células contra danos oxidativos
- Regulação dos níveis de colesterol devido à alta concentração de fibras solúveis
- Contribuição no controle glicêmico por sua ação sobre a absorção de açúcares
Como a chia age como antioxidante?
Os flavonoides e ácidos fenólicos presentes na chia estão diretamente relacionados à propriedade antioxidante dessa semente, combatendo os radicais livres e auxiliando na redução do estresse oxidativo. Esses compostos agem neutralizando moléculas instáveis, o que, segundo pesquisas, pode diminuir o risco de doenças crônicas e envelhecimento precoce. Essa função tem sido amplamente explorada por pesquisadores como Muñoz et al., conforme indicado na citação científica a seguir.
“O alto teor de compostos fenólicos da semente de chia confere relevante capacidade antioxidante, sendo eficaz na redução da oxidação lipídica e na proteção contra danos celulares associados ao estresse oxidativo.” (Muñoz et al., 2012).
Por que a chia contribui para o colesterol e saúde cardiovascular?
A fibra solúvel presente na chia exerce papel fundamental na regulação dos níveis de colesterol plasmático. Ao formar gel no trato digestivo, a fibra bloqueia parte da absorção de gorduras, contribuindo também para a eliminação de colesterol via fezes. Autores como Vuksan e seus colaboradores detalham a importância desse mecanismo como parte da prevenção de doenças cardiovasculares.
“O consumo diário de sementes de chia resultou em redução significativa das concentrações de colesterol total e LDL em participantes adultos, indicativo de potencial hepatoprotetor e cardioprotetor deste alimento funcional.” (Vuksan et al., 2010).

Como a chia auxilia no controle glicêmico?
A capacidade de retardar a absorção de carboidratos é um atributo de destaque da sálvia hispânica, fornecido pelas mucilagens e fibras em sua composição. Essas substâncias formam uma espécie de gel que retarda a passagem de glicose para a corrente sanguínea, promovendo estabilidade nos níveis de açúcar no sangue e auxiliando portadores de diabetes tipo 2. O efeito fisiológico da chia no metabolismo glicídico foi explorado por Benito-Ruiz e colaboradores em estudos clínicos.
“Após a ingestão diária de sementes de chia, observou-se melhora significativa no controle glicêmico em indivíduos com resistência à insulina, evidenciando seu papel na prevenção de complicações metabólicas.” (Benito-Ruiz et al., 2014).
A chia tem efeito anti-inflamatório?
Entre as propriedades medicinais da chia, evidencia-se a presença de ácidos graxos ômega-3, especialmente o ácido alfa-linolênico, responsável por atuar como modulador dos processos inflamatórios do organismo. O consumo regular desse alimento auxilia na redução da produção de marcadores inflamatórios e pode beneficiar pessoas com doenças crônicas inflamatórias. Esse efeito é detalhado por Ferreira e outros estudiosos da área fitoterápica.
“As sementes de chia são fontes vegetais ricas em ômega-3, contribuindo para a diminuição da inflamação sistêmica e apresentando efeito protetor em doenças crônicas.” (Ferreira et al., 2020).
Leia também: A melhor erva calmante que você pode cultivar em casa facilmente
Como utilizar a chia em preparações terapêuticas?
O consumo da sálvia hispânica pode ser feito de formas variadas, tanto crua quanto hidratada, sendo adicionada a sucos, iogurte, frutas ou receitas culinárias. Uma sugestão prática: ao hidratar as sementes em água por cerca de 30 minutos, forma-se um gel rico em fibras, que pode ser incorporado a refeições para promover saciedade e auxiliar na digestão. Embora considerada segura para consumo diário, recomenda-se moderação para pessoas com condições específicas, como alterações intestinais, devido ao alto teor de fibras.
Quais são as evidências científicas recentes sobre a chia?
- O perfil antioxidante da semente protege as células do corpo (Muñoz et al., 2012).
- O consumo regular auxilia na redução do colesterol total e LDL, com evidências em estudos clínicos (Vuksan et al., 2010).
- O controle glicêmico beneficia principalmente pessoas com resistência à insulina ou diabetes tipo 2, segundo pesquisas clínicas (Benito-Ruiz et al., 2014).
Referências bibliográficas
- Benito-Ruiz, Pablo et al. Supplementation with chia seed (Salvia hispanica L.) improves blood pressure and other metabolic factors in hypertensive subjects. Plant Foods for Human Nutrition, v. 69, p. 392-398, 2014.
- Ferreira, S.S. et al. Chia seed (Salvia hispanica L.): Chemical composition and beneficial health effects – A review. Food & Function, v. 11, p. 10674–10689, 2020.
- Muñoz, L.A. et al. Chia seed (Salvia hispanica): An ancient grain and a new functional food. Food Reviews International, v. 29, n. 4, p. 394-408, 2012.
- Vuksan, Vladimir et al. Supplementation of conventional therapy with the novel grain Salvia hispanica L. (chia) reduces cardiovascular risk factors in type 2 diabetes: a randomized controlled trial. Diabetes Care, v. 33, n. 11, p. 2066-2071, 2010.








