O aumento das Temperaturas é um tema que tem despertado preocupações em várias áreas, desde questões ambientais até à saúde pública. Recentemente, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Americana do Cairo destacou a relação entre o crescente calor e o aumento dos casos de câncer em regiões do Oriente Médio e Norte da África. Esse fenômeno tem como alvo, principalmente, os cânceres femininos, como de mama, ovário, útero e colo do útero, tornando-os não apenas mais comuns, mas também mais mortais.
A análise conduzida pelos pesquisadores abrangeu 17 países dessas regiões, incluindo países como Egito, Irã e Arábia Saudita. Eles observaram que a elevação da temperatura está diretamente associada ao aumento na incidência de casos de câncer. Para cada grau Celsius adicional, houve um crescimento significativo tanto na ocorrência quanto nas mortes relacionadas a essas doenças. Essa constatação serve como um alerta para outras nações, especialmente aquelas que atualmente possuem climas mais temperados e podem enfrentar situações similares com o progresso das mudanças climáticas.
Como as mudanças climáticas afetam a saúde?
A relação entre o clima e a saúde humana é um campo de estudo que vem ganhando destaque. O calor intenso influencia diretamente a saúde, não só pelo estresse térmico, mas também por propiciar condições que agravam outros fatores de risco, como a poluição do ar. Além dos cânceres, o calor extremo pode precipitar problemas respiratórios e cardiovasculares. No caso dos cânceres femininos estudados, concluiu-se que o número de casos e de óbitos por essas doenças aumenta consideravelmente com o acréscimo da temperatura média anual.
Qual a proporção do aumento observado?

Os dados do estudo mostram um aumento de 173 a 280 casos de câncer por 100.000 pessoas para cada grau Celsius adicional. As mortes seguem um padrão similar, com os óbitos por câncer subindo de 171 para 332 por 100.000 para o mesmo aumento de temperatura. Um ponto interessante é a variação entre os tipos de câncer, com o câncer de ovário apresentando a maior variação nos resultados, enquanto o câncer de mama também mostrou um aumento, mas em proporção menor.
Quais países são os mais afetados?
Dentro do grupo estudado, seis países se destacam por apresentarem os maiores aumentos nos casos de câncer: Catar, Bahrein, Jordânia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Síria. Esses países, além de enfrentarem Temperaturas crescentes, lidam com desafios adicionais como urbanização rápida, poluição atmosférica e mudanças nos estilos de vida, que podem potencializar os riscos à saúde. O estudo ressalta que, enquanto as Temperaturas elevadas são um provável fator de contribuição para o desenvolvimento desses cânceres, não se pode desconsiderar a atuação de outros fatores de risco já bem conhecidos.
O que pode ser feito para mitigar esses efeitos?
Mesmo que a pesquisa não estabeleça uma relação direta de causa e efeito absoluto entre o aquecimento global e o câncer, ela levanta questões importantes sobre como o planejamento de saúde pública deve considerar os riscos climáticos. As autoridades precisam reforçar suas estratégias de controle e prevenção de cânceres, incluindo revisão de políticas ambientais e de saúde, campanhas de conscientização sobre os riscos associados ao calor e implementação de programas para melhorar a resiliência das comunidades ao impacto das mudanças climáticas. Dessa forma, ao adotar uma abordagem integrada e proativa, será possível mitigar os efeitos das mudanças de temperatura na saúde pública.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271









