A recente aprovação pela Anvisa do uso e distribuição do Lemborexante, conhecido comercialmente como Dayvigo, marcou um importante avanço no tratamento da insônia no Brasil. Desenvolvido pela farmacêutica japonesa Eisai, esse medicamento apresenta um mecanismo inovador que difere dos tratamentos tradicionais ao abordar a insônia de uma maneira única. Dados do Instituto do Sono revelam que, no Brasil, duas em cada três pessoas enfrentam dificuldades para dormir e cerca de 15% possuem diagnóstico formal de insônia crônica. Isso demonstra a relevância de novas abordagens como a do Dayvigo.
O Lemborexante se destaca por não simplesmente reduzir a atividade cerebral para promover o sono. Ao contrário, ele atua bloqueando os mecanismos no cérebro que mantêm o indivíduo acordado. Essa abordagem contrasta com os métodos tradicionais, como os benzodiazepínicos e as chamadas drogas Z, que muitas vezes acarretam riscos de dependência. Esse mecanismo inovador potencialmente elimina ou diminui significativamente os efeitos colaterais associados a esses medicamentos, como sonolência diurna e dependência química.
Como o Lemborexante funciona?
O mecanismo de ação do Lemborexante envolve o bloqueio seletivo dos receptores de orexina no cérebro. As orexinas são neurotransmissores que promovem a vigília, desempenhando um papel essencial na regulação do ciclo sono-vigília. Ao inibir esses receptores, o medicamento permite que o sono ocorra de modo mais natural e sem perturbações significativas no equilíbrio químico cerebral. Esse bloqueio é feito de maneira seletiva e não generalizada, garantindo que outros aspectos da função cerebral permaneçam sem influência, ao contrário dos hipnóticos tradicionais que podem provocar uma desaceleração generalizada da atividade cerebral.
Quais são as recomendações e considerações de uso?
As diretrizes da Anvisa para o uso do Dayvigo recomendam a administração de uma dose inicial de 5 mg, ingerida minutos antes de dormir. Em casos onde a resposta ao tratamento seja insuficiente, a dosagem pode ser ajustada para 10 mg, sempre sob supervisão médica. É importante ressaltar que o uso do medicamento é indicado exclusivamente para adultos, refletindo o cuidado em evitar efeitos indesejados em populações mais suscetíveis. Além disso, deve-se considerar que o Lemborexante não substitui práticas de higiene do sono, que continuam sendo recomendadas como parte essencial de um tratamento abrangente da insônia.

Quais impactos esse medicamento pode ter na saúde pública?
Com a implementação do Lemborexante como alternativa terapêutica, espera-se uma redução significativa nos casos de dependência associada a tratamentos tradicionais para insônia. Isso pode representar um impacto positivo não apenas na saúde individual dos pacientes, mas também nos índices gerais de saúde pública. A redução do uso de benzodiazepínicos e de outras substâncias que apresentam altas taxas de dependência tem o potencial de diminuir os custos associados ao tratamento dessas condições. Dessa forma, o Dayvigo oferece uma nova esperança para a melhoria da qualidade de vida de muitos brasileiros que sofrem com distúrbios do sono.
Enquanto a ciência continua a avançar, o Lemborexante representa um marco no tratamento da insônia e solidifica o compromisso da comunidade médica em encontrar soluções mais eficazes e seguras para condições que afetam significativamente o bem-estar humano. Estudos contínuos e acompanhamento clínico serão essenciais para maximizar os benefícios desse tratamento inovador e garantir sua eficácia a longo prazo.
Entre em contato:
Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271









