O zinco é um mineral traço essencial, o que significa que o corpo precisa dele em pequenas quantidades, mas seu papel é absolutamente vital para centenas de processos biológicos. É crucial e inegociável afirmar desde o início: infecções recorrentes e dificuldades de cicatrização são sintomas que exigem um diagnóstico médico. Nenhuma suplementação deve ser iniciada sem a avaliação e a recomendação de um profissional de saúde.
Embora muitas vezes ofuscado por vitaminas mais famosas, o zinco é um dos nutrientes mais importantes para o funcionamento adequado do sistema imunológico e para a capacidade do corpo de se reparar. Este artigo irá explorar, de forma segura e baseada em ciência, como a ingestão adequada de zinco é um pilar para as defesas do corpo e para a regeneração da pele.
Qual o papel fundamental do zinco no sistema imunológico?

O zinco funciona como um “regulador mestre” para o sistema imunológico. Ele é indispensável tanto para o desenvolvimento quanto para a função das células de defesa, incluindo os linfócitos T e as células Natural Killer, que são a linha de frente no combate a vírus e bactérias.
Conforme detalhado pelo National Institutes of Health (NIH), a deficiência de zinco prejudica diretamente a capacidade do sistema imune de montar uma resposta eficaz, tornando o corpo mais suscetível a infecções. Além disso, o zinco atua como um antioxidante e ajuda a controlar a inflamação, garantindo que a resposta imune seja forte, mas equilibrada, sem causar danos excessivos ao próprio corpo.
Como o zinco atua no processo de cicatrização de feridas?
A capacidade do corpo de reparar a pele e outros tecidos após uma lesão é um processo complexo que depende criticamente do zinco. Ele desempenha um papel em todas as fases da cicatrização.
- Função Estrutural: O zinco é essencial para a síntese de proteínas e a produção de colágeno, que são os “tijolos” e a “argamassa” necessários para construir novo tecido cutâneo.
- Divisão Celular: A reparação de uma ferida exige uma rápida proliferação de novas células da pele, e o zinco é um cofator vital para as enzimas que controlam esse processo.
- Proteção Imune: A pele ferida é uma porta de entrada para infecções. O zinco apoia a função das células imunes que atuam no local da ferida, ajudando a prevenir a contaminação bacteriana.
A deficiência de zinco está diretamente associada a uma cicatrização mais lenta e a um maior risco de infecção de feridas.
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O que as pesquisas científicas dizem sobre a suplementação de zinco?

A suplementação de zinco demonstrou ser eficaz principalmente para corrigir uma deficiência diagnosticada. Para pessoas com níveis baixos de zinco, a suplementação pode, de fato, restaurar a função imune normal e melhorar a cicatrização.
A evidência mais conhecida é para o resfriado comum. Uma revisão de estudos da Cochrane Library concluiu que o uso de pastilhas de zinco, iniciado logo nos primeiros sinais de um resfriado, pode reduzir a duração e a gravidade dos sintomas. No entanto, para a população geral com níveis normais de zinco, não há evidências de que a suplementação extra “blinde” o sistema imunológico.
Quais são as melhores fontes alimentares de zinco?
A forma mais segura de obter zinco é através de uma dieta equilibrada. A biodisponibilidade (a capacidade de absorção) do zinco varia entre os alimentos.
Fontes de alta biodisponibilidade (origem animal)
Ostras (a fonte mais rica de todas), carnes vermelhas, aves e outros frutos do mar.
Fontes de boa biodisponibilidade (origem vegetal)
Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico), nozes, sementes (especialmente as de abóbora e de cânhamo) e grãos integrais. É importante notar que os fitatos presentes em alimentos vegetais podem reduzir a absorção de zinco, uma consideração importante para dietas vegetarianas.
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O consumo de suplementos de zinco por conta própria é uma prática segura?
A resposta é um enfático e inequívoco NÃO. A automedicação com suplementos de zinco pode ser perigosa. O excesso de zinco a longo prazo pode ter efeitos tóxicos e, paradoxalmente, prejudicar a imunidade.
O risco mais significativo do excesso de zinco é que ele interfere na absorção de cobre, outro mineral essencial. A deficiência de cobre induzida pelo excesso de zinco pode levar à anemia e a problemas neurológicos. Outros efeitos colaterais incluem náuseas e desconforto gastrointestinal.
Se você tem infecções frequentes ou feridas que demoram a cicatrizar, a única abordagem segura é procurar um médico. Através de um exame de sangue, ele poderá diagnosticar uma deficiência e, se necessário, prescrever a dose correta de suplemento. Um nutricionista pode auxiliar a ajustar sua dieta para garantir uma ingestão adequada de zinco de forma segura.









