O alecrim é uma erva aromática reverenciada na culinária, mas seu uso na medicina tradicional como um tônico para a mente e o sistema digestivo tem despertado grande interesse científico. É crucial e inegociável afirmar desde o início: dificuldades de memória persistentes e problemas digestivos crônicos são sintomas que exigem um diagnóstico médico. Nenhuma erva ou chá pode ou deve substituir o cuidado e a orientação de um profissional de saúde.
Este artigo irá explorar, de forma segura e baseada em evidências, o que a ciência diz sobre os compostos bioativos do alecrim, como eles podem atuar no cérebro e no estômago, e quais os cuidados indispensáveis para seu consumo.
Como o alecrim pode influenciar a memória e o foco?

O principal mecanismo investigado pela ciência está na capacidade do alecrim de influenciar a acetilcolina, um dos neurotransmissores mais importantes para o aprendizado e a memória. Acredita-se que os compostos do alecrim, como o ácido carnósico e o 1,8-cineol, ajudem a inibir a enzima que degrada a acetilcolina no cérebro.
Ao preservar os níveis de acetilcolina, o alecrim pode, teoricamente, apoiar a função cognitiva. De fato, um estudo conhecido da Universidade de Northumbria, no Reino Unido, encontrou que a simples inalação do aroma do óleo essencial de alecrim melhorou o desempenho dos participantes em tarefas de memória prospectiva (a capacidade de se lembrar de fazer algo no futuro).
Leia também: A falta desse nutriente comum pode estar fazendo seus cabelos caírem
De que maneira o chá de alecrim pode auxiliar na digestão?
O uso do alecrim como um auxílio digestivo está ligado às suas propriedades carminativas e antiespasmódicas. O termo “carminativo” refere-se à capacidade de ajudar a aliviar ou a prevenir a formação de gases no trato gastrointestinal.
Os compostos do alecrim ajudam a relaxar a musculatura lisa do intestino, o que pode aliviar espasmos e cólicas leves. Além disso, a erva parece estimular o fluxo de bile, que é essencial para a digestão de gorduras. Para quem sente inchaço ou desconforto após uma refeição mais pesada, uma xícara de chá de alecrim pode ajudar a acalmar o sistema digestivo.
Quais são os principais compostos bioativos do alecrim?
A reputação do alecrim como uma erva funcional vem de sua rica composição química, que atua de forma sinérgica.
Ácido carnósico e ácido rosmarínico
São potentes antioxidantes e anti-inflamatórios que ajudam a proteger as células, incluindo os neurônios, contra o dano oxidativo.
1,8-cineol
É o composto volátil responsável pelo aroma característico do alecrim e está associado à melhora do estado de alerta e do desempenho cognitivo em estudos de aromaterapia.
Cânfora
Um composto que, em pequenas quantidades, contribui para as propriedades estimulantes da erva.
Leia também: Caminhada acelerada de 15 minutos que substitui treino intenso
O consumo de chá de alecrim é seguro para todas as pessoas?
Não. “Natural” não significa inócuo, e o alecrim, especialmente em doses mais altas que as culinárias, apresenta riscos e contraindicações importantes.
- Efeitos Colaterais: Por ser um estimulante, o consumo excessivo, especialmente à noite, pode causar insônia e agitação. Em altas doses, pode causar irritação gastrointestinal.
- Contraindicações: O uso regular de chá de alecrim não é recomendado para:
- Gestantes e lactantes.
- Pessoas com hipertensão, pois pode elevar a pressão arterial.
- Indivíduos com histórico de convulsões ou epilepsia, pois seus compostos podem estimular o sistema nervoso central.
- Interações Medicamentosas: O alecrim pode interagir com medicamentos anticoagulantes, anti-hipertensivos e lítio.
A automedicação com ervas para tratar problemas de memória ou digestão é uma prática arriscada. Se você tem preocupações com sua saúde cognitiva ou digestiva, a consulta com um médico para um diagnóstico correto é indispensável. A orientação de um nutricionista também é fundamental para o uso seguro e consciente de qualquer chá ou erva com fins terapêuticos.









