A perda de força e vitalidade na velhice é frequentemente vista como inevitável, mas a ciência mostra que a perda acentuada de massa muscular não é uma parte normal do envelhecimento. É crucial e inegociável afirmar desde o início: a perda progressiva de força e função muscular, conhecida como sarcopenia, é uma condição médica que exige avaliação e orientação profissional. Este artigo visa oferecer informações preventivas, e não um tratamento.
Felizmente, a adoção de hábitos simples, mesmo após a meia-idade, pode fazer uma diferença significativa na preservação da nossa força. Este artigo irá explorar, de forma segura e baseada em ciência, quando essa perda muscular se intensifica e como um exercício fundamental, combinado com a caminhada, pode ser seu maior aliado.
Com que idade o corpo começa a perder músculos?
A perda de massa muscular, ou sarcopenia, é um processo gradual que pode começar sutilmente já a partir dos 30 anos. No entanto, essa perda tende a acelerar significativamente após a meia-idade (por volta dos 50 anos) e se torna ainda mais pronunciada após os 60 anos. Sem intervenção, essa perda progressiva leva à diminuição da força, do equilíbrio e da capacidade de realizar tarefas diárias, aumentando o risco de quedas e a perda de independência.

Qual exercício simples pode ser um pilar na prevenção?
O exercício mais fundamental e seguro para combater a perda muscular nas pernas e quadris — áreas cruciais para a mobilidade — é um movimento que fazemos todos os dias: o ato de sentar e levantar de uma cadeira. Transformar esse movimento em um exercício consciente, conhecido como agachamento na cadeira, é uma das estratégias mais eficazes.
Este exercício trabalha os maiores grupos musculares do corpo (quadríceps, glúteo e isquiotibiais) de forma funcional, ou seja, da maneira como os usamos no dia a dia. Conforme aponta o National Institute on Aging (NIA), o treinamento de força é seguro e vital para manter a independência em idosos.
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Como realizar o agachamento na cadeira de forma segura?
A chave é a execução lenta e controlada, focando na qualidade do movimento.
- Posição Inicial: Fique em pé, de costas para uma cadeira firme (sem rodinhas), com os pés afastados na largura do quadril.
- Descida Controlada: Mantenha as costas retas e o peito aberto. Dobre os joelhos e empurre os quadris para trás, como se fosse se sentar, descendo o corpo lentamente (conte até 3 ou 4).
- Toque Leve: Apenas toque levemente o assento da cadeira com os glúteos, sem descarregar todo o peso.
- Subida Consciente: Empurre o chão com os calcanhares e contraia os glúteos para retornar à posição em pé, também de forma controlada.
- Repetições: Comece com 10 a 15 repetições, uma vez ao dia, e aumente gradualmente conforme se sentir mais forte.
Por que combinar o agachamento com a caminhada diária?
Enquanto o agachamento na cadeira foca na força, a caminhada complementa o trabalho focando na resistência muscular e na saúde cardiovascular. A caminhada regular mantém os músculos ativos, melhora a circulação e contribui para a saúde óssea. Juntos, esses dois exercícios formam uma dupla poderosa para a manutenção da mobilidade e da independência. Tentar atingir os 150 minutos semanais de caminhada recomendados pela OMS é um excelente objetivo.
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A alimentação também é importante nesse processo?
Sim, de forma fundamental. O exercício dá o estímulo para o músculo, mas a proteína fornece os “blocos de construção” para que ele se repare e se fortaleça. É importante garantir uma ingestão adequada de proteínas, distribuída ao longo das principais refeições (café da manhã, almoço e jantar), através de fontes como ovos, laticínios, carnes magras, peixes ou leguminosas.
A única abordagem segura para iniciar qualquer rotina de exercícios, especialmente após os 60 anos ou na presença de dores ou doenças crônicas (como artrite ou problemas cardíacos), é a consulta com um médico para uma avaliação e liberação. Com base nisso, um fisioterapeuta ou profissional de educação física pode criar um plano de exercícios seguro e personalizado, e um nutricionista pode orientar sobre a ingestão proteica adequada.









