A ideia de que comer chocolate ajuda a emagrecer parece o sonho de qualquer pessoa em dieta, e embora o chocolate amargo (acima de 70%) tenha propriedades metabólicas interessantes, a realidade não é tão simples. Embora ele possa auxiliar indiretamente no processo de emagrecimento, ele não é um “queimador de gordura” milagroso e, se consumido sem atenção, pode ter o efeito oposto e levar ao ganho de peso.
O paradoxo das calorias: por que ele pode ser mais calórico?
Existe um mito perigoso de que “saudável” significa “menos calórico”. No caso do chocolate amargo, muitas vezes ocorre o contrário. Ao retirar o açúcar (que fornece 4 calorias por grama) e o leite, a indústria preenche a barra com mais massa de cacau e, principalmente, manteiga de cacau.
Como a manteiga de cacau é pura gordura, ela fornece 9 calorias por grama. O resultado matemático é que, grama por grama, um chocolate 85% cacau pode conter mais calorias totais do que uma barra de chocolate ao leite cheia de açúcar. A diferença é a qualidade dessas calorias (baixo impacto na insulina), mas para a perda de peso pura (balanço energético), o excesso de chocolate amargo pode facilmente estourar sua meta calórica diária.
No vídeo a seguir, o Nutricionista William Montemezzo, com mais de 10 mil seguidores, explica um pouco do consumo do chocolate amargo:
Então, ele não ajuda em nada na queima de gordura?
Ajuda, mas de forma indireta e metabólica, não como um “termogênico” que derrete gordura sozinho. Os benefícios reais para quem quer emagrecer vêm de dois mecanismos:
- Melhora da Insulina: Os flavonoides do cacau ajudam a melhorar a sensibilidade à insulina. Quando sua insulina funciona bem, seu corpo armazena menos gordura e acessa as reservas de energia com mais facilidade.
- Saciedade: O sabor amargo e a gordura saudável enviam sinais potentes de saciedade ao cérebro, cortando o desejo por doces. Comer um quadradinho evita que você devore um pacote de biscoitos, e isso ajuda a emagrecer.
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O perigo da “Gordura Saudável” em excesso
Apesar de ser uma gordura boa (monoinsaturada e saturada de cadeia média), a gordura do chocolate ainda é densa em energia. Comer meia barra de chocolate 70% acreditando que está “ativando o metabolismo” é um erro comum que bloqueia o emagrecimento.
Para que o chocolate amargo seja uma ferramenta de dieta e não um vilão, ele deve ser tratado como uma gordura de adição (como o azeite ou as castanhas), e não como um lanche livre.

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Qual a dose segura para obter os benefícios?
Para colher os benefícios dos antioxidantes e da saciedade sem comprometer o déficit calórico, a moderação é matemática. A recomendação nutricional padrão gira em torno de 10g a 20g por dia (aproximadamente 2 a 3 quadradinhos pequenos).
Essa quantidade é suficiente para satisfazer o paladar e fornecer magnésio e triptofano, sem adicionar uma carga calórica significativa que o corpo não consiga queimar.









