A canela (em Cinnamomum verum) é reconhecida mundialmente por seu aroma marcante e sabor característico, presentes tanto na culinária quanto em práticas medicinais tradicionais. Este condimento também é estudado por suas notáveis propriedades terapêuticas e presença de compostos ativos com potencial curativo.
Dentre as múltiplas funcionalidades da canela, destacam-se:
- Ação anti-inflamatória
- Poder antioxidante
- Auxílio no controle glicêmico
Essas propriedades posicionam a canela como um recurso importante para cuidados naturais, sendo frequentemente estudada em pesquisas científicas recentes.
Como a canela atua como anti-inflamatório?
Pelos seus compostos bioativos, como aldeídos fenólicos e eugenol, a canela exerce efeito positivo na regulação de processos inflamatórios. Essas substâncias ajudam a modular a resposta imune, reduzindo a produção de marcadores inflamatórios, conforme apontam pesquisas acadêmicas em Farmacognosia.
“Os principais constituintes da canela, especialmente o cinamaldeído, contribuem significativamente para a diminuição de processos inflamatórios, demonstrando eficácia em modelos experimentais e validação por dados clínicos.” (ABREU MATOS, 2007).
O que evidencia a ação antioxidante da canela?
Com alta concentração de polifenóis, a canela atua como forte agente antioxidante, combatendo danos provocados por radicais livres no organismo. Polifenóis e flavonoides presentes conferem proteção celular e estão diretamente ligados à prevenção de doenças crônicas. Observa-se que o uso diário pode potencializar a neutralização desses radicais, de acordo com estudos laboratoriais recentes.
“O extrato de canela apresenta atividade antioxidante notável, superando em alguns testes outros condimentos tradicionalmente reconhecidos, devido ao elevado teor de fenólicos totais em sua composição.” (SHAH, 2013).
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A canela auxilia no controle glicêmico?
A regulação dos níveis de glicose no sangue está entre os benefícios mais pesquisados desta especiaria. Compostos como o cinamaldeído e os oligômeros de procianidina têm demonstrado potencial para melhorar a sensibilidade à insulina, favorecendo o metabolismo da glicose e colaborando no controle do diabetes tipo 2, tema frequente em publicações científicas recentes. Algumas dessas publicações, realizadas por instituições dos Estados Unidos e Reino Unido, vêm destacando os mecanismos moleculares através dos quais a canela pode atuar como coadjuvante terapêutico.
“Foram observadas reduções estatisticamente significativas na glicemia de jejum em pacientes diabéticos após suplementação com extrato aquoso de canela, sugerindo seu uso como agente auxiliar terapêutico.” (ALLEN, R.W. et al., 2013).

Quais os benefícios digestivos e como a canela é utilizada tradicionalmente?
Além das propriedades já citadas, a canela é amplamente utilizada como estimulante digestivo. Substâncias voláteis encontradas em sua casca favorecem o aumento da secreção gástrica e contribuem para alívio de desconfortos abdominais. O consumo em forma de infusão ou pó está entre as formas mais tradicionais e seguras empregadas por diversas culturas ao longo dos séculos. Na Índia e na China, por exemplo, essas formas de uso fazem parte da medicina tradicional e vêm sendo mantidas até a atualidade.
“A ingestão regular de canela, principalmente por infusão, auxilia na redução de gases, no estímulo do apetite e no conforto digestivo, suportando os usos populares reportados na literatura botânica.” (BRUNETON, 2001).
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Quais os principais aprendizados sobre as propriedades curativas da canela?
- A canela é fonte de compostos fenólicos e voláteis que contribuem para efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e controle glicêmico.
- Referências científicas apontam benefícios práticos em processos inflamatórios, ações antioxidantes superiores e auxílio no metabolismo da glicose.
- O uso tradicional da canela para digestão é corroborado por estudos farmacognósticos recentes e orienta formas seguras de consumo.
Referências bibliográficas
- ABREU MATOS, Francisco José de. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 7. ed. Fortaleza: Editora UFC, 2007.
- ALLEN, R.W. et al. Cinnamon use in type 2 diabetes: an updated systematic review and meta-analysis. Annals of Family Medicine, v. 11, n. 5, p. 452-459, 2013.
- BRUNETON, Jean. Pharmacognosy, Phytochemistry, Medicinal Plants. 2. ed. Paris: Lavoisier, 2001.
- SHAH, Mayur A. Antioxidant activity of cinnamon (Cinnamomum verum) extracts. Food Science and Biotechnology, v. 22, n. 4, p. 889-896, 2013.










