O gengibre é uma raiz valorizada globalmente, tanto por seu sabor picante na culinária quanto por seu longo histórico de uso na medicina tradicional. É crucial e inegociável afirmar desde o início: problemas circulatórios e dores crônicas são condições médicas sérias que exigem um diagnóstico e tratamento com um médico. Nenhuma especiaria ou alimento pode ou deve substituir o cuidado e a orientação profissional.
A ciência moderna tem se dedicado a investigar os compostos por trás dos efeitos do gengibre, revelando conexões fascinantes com a saúde vascular e os mecanismos da dor. Este artigo irá explorar, de forma segura e baseada em evidências, como o gengibre pode atuar como um suporte para a circulação e o alívio de dores, e quais os cuidados indispensáveis para seu consumo.
Como os compostos do gengibre podem influenciar a circulação sanguínea?

O poder do gengibre reside em seus compostos bioativos, principalmente o gingerol (na raiz fresca) e o shogaol (formado quando a raiz é seca ou cozida). No que tange à circulação, o principal mecanismo de ação investigado é a vasodilatação.
A vasodilatação é o processo de relaxamento e alargamento dos vasos sanguíneos. Estudos em laboratório sugerem que os compostos do gengibre podem promover a liberação de substâncias no corpo que estimulam esse relaxamento vascular. Um vaso sanguíneo mais largo permite que o sangue flua com menos resistência, o que pode ajudar na regulação da pressão arterial e garantir uma entrega mais eficiente de oxigênio a todos os tecidos.
De que maneira o gengibre pode auxiliar no alívio de dores?
O uso do gengibre para o alívio de dores está ligado às suas potentes propriedades anti-inflamatórias. A dor, especialmente a de origem articular como na artrose, é frequentemente causada por um processo inflamatório.
O gingerol atua inibindo as enzimas COX (ciclooxigenase), que são responsáveis pela produção de substâncias inflamatórias chamadas prostaglandinas. Este é um mecanismo de ação semelhante ao de muitos medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). Conforme aponta a Arthritis Foundation, essa ação anti-inflamatória é o que torna o gengibre um objeto de grande interesse para o manejo da dor em condições como a osteoartrite.
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Quais os principais benefícios em estudo do gengibre?

A ciência continua a explorar os múltiplos potenciais do gengibre.
Suporte à circulação
Pode promover a vasodilatação, melhorando o fluxo sanguíneo.
Ação anti-inflamatória e analgésica
Pode ajudar a reduzir a inflamação e a percepção da dor, especialmente em dores articulares e musculares.
Alívio de náuseas
É um dos benefícios mais bem documentados, sendo eficaz para enjoos de movimento e náuseas pós-operatórias.
Saúde digestiva
Pode auxiliar na digestão e no alívio de gases.
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O consumo de gengibre é seguro para todas as pessoas?
Não. “Natural” não significa inócuo, e o gengibre, especialmente em doses concentradas ou em forma de suplemento, apresenta riscos e contraindicações importantes.
- Interações Medicamentosas: Este é o risco mais sério. O gengibre tem um efeito de “afinamento” do sangue. Seu uso com medicamentos anticoagulantes (como a varfarina) ou antiplaquetários (como a aspirina) pode aumentar perigosamente o risco de sangramento. Ele também pode interagir com medicamentos para diabetes e pressão arterial.
- Problemas de Coagulação: Pessoas com distúrbios hemorrágicos não devem consumir gengibre em grandes quantidades.
- Cálculos Biliares: O gengibre pode aumentar o fluxo de bile, o que pode ser um problema para pessoas com histórico de cálculos biliares.
- Cirurgias: Recomenda-se interromper o consumo em altas doses pelo menos duas semanas antes de qualquer procedimento cirúrgico.
Conforme alerta o National Center for Complementary and Integrative Health (NCCIH), se você tem qualquer condição de saúde ou toma qualquer tipo de medicamento, a consulta com um médico ou nutricionista é indispensável antes de incluir o gengibre em sua rotina com fins terapêuticos.










