Nos últimos anos, a conscientização sobre problemas cardíacos aumentou significativamente, especialmente após casos de morte súbita em atletas. Um desses casos foi o do jogador Juan Manuel Izquierdo, que faleceu após uma parada cardíaca. Este trágico evento destacou uma condição frequentemente desconhecida: as Arritmias Cardíacas. Essas alterações no ritmo do coração podem passar despercebidas, mas são mais comuns do que se imagina.
As arritmias são alterações na parte elétrica do coração, que afetam os batimentos cardíacos. Embora muitos não estejam cientes de sua presença, cerca de 25% da população pode desenvolver essa condição ao longo da vida. O tipo mais comum é a fibrilação atrial, caracterizada por batimentos irregulares e rápidos. Entender os fatores que contribuem para o aumento das arritmias é crucial para a prevenção e tratamento.
O que são Arritmias Cardíacas?
As Arritmias Cardíacas são alterações elétricas que causam mudanças no ritmo dos batimentos do coração. O coração possui três componentes principais: as artérias, responsáveis pelo fluxo sanguíneo; o músculo cardíaco, que realiza a contração; e a parte elétrica, que coordena os batimentos. Quando essa última parte é afetada, surgem as arritmias, que podem se manifestar como bradicardia (ritmo lento) ou taquicardia (ritmo acelerado).

Entre os tipos de arritmias, a fibrilação atrial é a mais prevalente. Ela pode ser grave e está associada a um risco aumentado de complicações, como acidente vascular cerebral. Identificar e tratar essas condições precocemente é essencial para evitar desfechos adversos.
Quais são os fatores de risco para arritmias?
O envelhecimento é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de arritmias. No entanto, a condição também está se manifestando em pessoas mais jovens. Estilos de vida modernos, com fatores como poluição, exposição a agrotóxicos, privação de sono e consumo de alimentos ultraprocessados, podem contribuir para o aumento das arritmias.
O uso de estimulantes, como bebidas energéticas, também está associado a um risco maior. Enquanto o café, em doses moderadas, não é mais visto como um vilão, os energéticos contêm altas doses de cafeína e outras substâncias que podem desencadear arritmias. Além disso, o consumo de álcool, especialmente quando combinado com energéticos, é um fator de risco significativo.
Como identificar e tratar Arritmias Cardíacas?
Identificar arritmias pode ser desafiador, pois muitas vezes são assintomáticas. Quando sintomas estão presentes, eles podem incluir palpitações, falta de ar, cansaço excessivo, tonturas e desmaios. Estes últimos são sinais de alerta que requerem atenção médica imediata.
Para aqueles que praticam atividades físicas intensas, é recomendável realizar exames de triagem, como eletrocardiogramas, mesmo na ausência de sintomas. Pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas ou morte súbita também devem buscar avaliação médica regular.
Qual é a relação entre arritmias e morte súbita?
As Arritmias Cardíacas são frequentemente responsáveis por casos de morte súbita, muitas vezes atribuídos erroneamente a infartos fulminantes. Em muitos casos, essas arritmias são causadas por condições genéticas desconhecidas pelo paciente. A detecção precoce é vital para implementar medidas preventivas, como o uso de desfibriladores e ajustes no estilo de vida.
Nos Estados Unidos e em outros países, há um esforço significativo para educar a população sobre primeiros socorros e disponibilizar desfibriladores automáticos em locais públicos. Essas medidas podem salvar vidas, reduzindo o tempo de resposta em emergências cardíacas.
Quem deve buscar avaliação para arritmias?
Além dos atletas e pessoas com histórico familiar, indivíduos acima dos 40 anos devem considerar avaliações cardíacas regulares. A incidência de doenças cardíacas aumenta com a idade, tornando a triagem periódica uma prática importante para a detecção precoce de arritmias.
É importante lembrar que, mesmo que uma pessoa pareça saudável, condições cardíacas silenciosas podem estar presentes. Exames mais detalhados são necessários para identificar essas condições e prevenir complicações graves.
Arritmias e o papel da educação em saúde
A educação da população sobre arritmias e suas consequências é fundamental. Em muitos países, iniciativas de treinamento em primeiros socorros e o uso de tecnologias, como aplicativos que localizam desfibriladores, têm sido implementadas com sucesso. Essas ações podem fazer a diferença em situações de emergência, aumentando as chances de sobrevivência.
Por fim, é crucial que as pessoas estejam cientes dos riscos associados às arritmias e busquem orientação médica quando necessário. A prevenção e o tratamento precoce são as melhores estratégias para evitar complicações graves e melhorar a qualidade de vida.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
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