O uso crescente das Redes Sociais entre jovens adultos tem se tornado um tópico de intenso debate, especialmente quanto aos seus efeitos na saúde mental. Muitas vezes subestimado, o tempo excessivo em frente às telas pode agravar problemas como ansiedade, depressão e insônia. Estudos recentes têm se concentrado em investigar como a redução deste uso pode trazer benefícios significativos para a saúde mental destes indivíduos.
A pesquisa publicada na revista JAMA Network Open trouxe à tona insights importantes sobre o impacto que o detox digital pode ter. Participaram do estudo 295 jovens adultos, com idades entre 18 e 24 anos, que reduziram significativamente o tempo gasto nas Redes Sociais, passando de duas horas diárias para apenas trinta minutos. Este ajuste mostrou efeitos positivos notáveis, especialmente em sintomas de depressão e ansiedade.
A proposta do ‘Detox’ das Redes Sociais
Os benefícios observados no estudo chamam atenção para o conceito de “detox” digital. Este envolveu uma redução estratégica do tempo de uso das Redes Sociais, o que possibilitou aos participantes uma melhora nos sintomas de ansiedade e depressão. Em média, a ansiedade diminuiu cerca de 16,1%, enquanto a depressão teve uma redução de 24,8%. Observou-se ainda uma melhora nos padrões de sono, com sintomas de insônia reduzidos em 14,5%.

Embora o Facebook e o X tenham sido mais facilmente abandonados, aplicativos visualmente estimulantes e dinâmicos como Instagram, TikTok e Snapchat apresentaram desafios maiores para os participantes que tentaram reduzir seu uso. Esta diferença no apego aos aplicativos pode estar ligada a fatores como o design, características interativas e a forma como as redes são utilizadas para comparação social.
O ‘Detox’ digital pode ser para todos?
Considerando a eficácia notada na pesquisa, surge a questão: um detox digital é uma solução viável para todos? Conforme declaração do professor associado de psiquiatria da Escola de Medicina de Harvard, John Torous, essa prática pode ser benéfica em conjunto com tratamentos médicos ou psicológicos existentes, mas não deve ser vista como uma solução isolada. Reduzir o uso das Redes Sociais pode complementar tratamentos, proporcionando um alívio adicional de sintomas negativos como a comparação social e promovendo uma visão mais saudável de si mesmo.
Legislação e conscientização no Brasil
Os efeitos do uso excessivo das Redes Sociais têm sido alvo de atenção global. No Brasil, leis foram estabelecidas para mitigar os impactos negativos do uso descontrolado de dispositivos entre crianças e adolescentes. A Lei nº 15.100/2025, por exemplo, restringe o uso de celulares nas salas de aula, permitindo-o somente em intervalos e recreios. Além disso, o Ministério da Educação tem promovido guias para conscientizar tanto estudantes quanto pais sobre a importância da moderação no uso de dispositivos digitais.
Há um novo olhar para o futuro digital?
É claro que a relação da sociedade com as Redes Sociais requer um entendimento e uma abordagem mais equilibrada. Estudos como o mencionado servem como lembretes poderosos da importância de buscar um consumo mais consciente e moderado. A tecnologia, quando utilizada com parcimônia, pode continuar a ser um aliado valioso para conexões sociais e inovações, sem que seus riscos comprometam a saúde mental e o bem-estar dos usuários.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271










