A hortelã (Mentha x piperita) é uma das ervas medicinais mais versáteis e difundidas no mundo, reconhecida por seu aroma refrescante e potente ação terapêutica. Utilizada há milênios para tratar diversas condições, ela se destaca pela alta concentração de óleos essenciais que promovem o bem-estar imediato do sistema gastrointestinal.
- Alívio rápido de gases abdominais e inchaço.
- Melhora significativa no processo digestivo lento.
- Ação antiespasmódica que reduz cólicas e dores estomacais.
Propriedade digestiva e carminativa
A hortelã atua diretamente na musculatura lisa do trato digestivo, facilitando a passagem dos alimentos e reduzindo a formação de gases. De acordo com o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, publicado pela Anvisa,
“A hortelã-pimenta possui indicação terapêutica para o tratamento de dispepsias funcionais, flatulência e como antiespasmódico em distúrbios digestivos leves” (BRASIL, 2021).
O modo de uso mais comum para aproveitar esse benefício é a infusão das folhas secas ou frescas, preparada com água quente, mas não fervente, para preservar os princípios ativos voláteis. Ingerir uma xícara após as refeições ajuda a evitar a sensação de peso no estômago.

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Efeito antiespasmódico em distúrbios intestinais
O principal composto da hortelã, o mentol, exerce um efeito relaxante que bloqueia os canais de cálcio nas células musculares do intestino. Conforme detalhado por Andrew Chevallier na obra Encyclopedia of Herbal Medicine,
“O óleo de hortelã relaxa os músculos do trato digestivo, aliviando espasmos intestinais e as dores associadas à síndrome do intestino irritável” (CHEVALLIER, 2016).
Essa ação calmante reduz a hipersensibilidade visceral, sendo uma alternativa natural segura para quem sofre de desconfortos crônicos. O consumo regular do chá pode ser intercalado com períodos de descanso para manter a eficácia dos compostos bioativos.
Como plantar hortelã em casa para uso medicinal
Ter a hortelã sempre à mão garante que você utilize folhas frescas e ricas em fitoquímicos essenciais para a saúde. O plantio em vasos é ideal, pois a planta possui raízes expansivas que podem dominar o jardim se não forem contidas.
- Escolha um vaso com boa drenagem e utilize terra rica em matéria orgânica.
- Mantenha o solo sempre úmido, mas nunca encharcado, pois a planta aprecia umidade constante.
- Posicione o vaso em local com meia-sombra, onde receba luz solar direta por pelo menos 3 horas ao dia.
Se você gosta de plantar, separamos esse vídeo do canal Cultivando mostrando como plantar hortelã:
Ação antimicrobiana e antifúngica
Além dos benefícios digestivos, a hortelã apresenta uma potente capacidade de inibir o crescimento de microrganismos patogênicos no sistema digestório. Segundo estudos apresentados por Lorenzi e Matos no livro Plantas Medicinais no Brasil,
“O óleo essencial da hortelã manifesta atividade antimicrobiana frente a diversas bactérias gram-positivas e gram-negativas, além de propriedades antifúngicas moderadas” (LORENZI; MATOS, 2008).
Esta propriedade auxilia na manutenção de uma microbiota intestinal equilibrada, prevenindo fermentações indesejadas que causam mau hálito e distensão abdominal. O uso do extrato ou chá contribui para a higiene interna de forma eficiente e natural.
Saúde digestiva ao alcance das mãos
O uso da hortelã como ferramenta terapêutica une o conhecimento ancestral à validação científica moderna, oferecendo uma solução prática para problemas cotidianos. Cultivar e consumir esta planta é um passo simples para melhorar a qualidade de vida e o conforto gástrico.
- A hortelã é eficaz contra gases, má digestão e espasmos intestinais.
- O cultivo doméstico garante a pureza e a presença de óleos essenciais ativos.
- Evidências científicas de órgãos como a Anvisa confirmam sua segurança e eficácia medicinal.
Referências bibliográficas
- BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2. ed. Brasília: Anvisa, 2021.
- CHEVALLIER, Andrew. Encyclopedia of Herbal Medicine. 3. ed. Londres: DK Publishing, 2016.
- LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008.










