Os acidentes com Picadas de Escorpiões e Aranhas são uma preocupação relevante no Brasil, especialmente devido à grande diversidade dessas espécies no país. As reações imediatas podem variar de dor intensa a complicações graves, dependendo da espécie e da quantidade de veneno injetada. No entanto, a forma como essas picadas são tratadas faz uma diferença significativa no prognóstico dos afetados.
Uma prática comum que circula entre a população é o uso de gelo sobre as áreas afetadas por picadas. Embora se acredite que o frio possa aliviar a dor e o inchaço, especialistas alertam que essa abordagem inadequada pode complicar ainda mais o quadro clínico. Aplicar gelo pode restringir a circulação sanguínea, dificultando a avaliação de sinais importantes, além de não impedir a disseminação do veneno no organismo.
A relação entre o uso de gelo e a picada de escorpião
O veneno de escorpião é conhecido por seus efeitos sistêmicos, podendo provocar sintomas como sudorese, taquicardia e alterações na pressão arterial. Em casos severos, especialmente em crianças e idosos, esse veneno pode levar a complicações graves. O gelo, quando aplicado diretamente sobre uma picada de escorpião, não oferece benefícios reais na contenção do veneno e pode mascarar sintomas importantes, atrasando o socorro médico.
Ao resfriar a área afetada, o gelo pode causar queimaduras pelo frio e dar uma falsa sensação de controle da situação. A prática correta consiste em manter o membro afetado em repouso e buscar atendimento médico imediato para uma avaliação adequada e, se necessário, o uso de antídotos específicos.
Por que o uso de gelo é problemático em picadas de aranha?
As picadas de aranha, como as da aranha-marrom, podem resultar em lesões sérias na pele que evoluem para necrose. O uso de gelo nessas situações pode agravar a área afetada, comprometendo a circulação sanguínea local e dificultando a cicatrização. Além disso, espécies como a armadeira podem causar efeitos neurotóxicos, que o gelo não neutraliza.
O procedimento recomendável, diante de uma picada de aranha, é manter a calma, imobilizar o membro afetado e buscar atendimento médico o mais rápido possível. Essas medidas ajudam a conter a propagação do veneno pelo corpo e permitem que os profissionais de saúde realizem uma avaliação precisa e administram o tratamento correto.

O que fazer após ser picado por um escorpião ou uma aranha?
Em casos de picadas por essas criaturas, seguir protocolos seguros de primeiros socorros é fundamental. Além de evitar o uso de gelo, é crucial não realizar cortes, sucção ou aplicar torniquetes na área afetada. Essas ações podem danificar ainda mais os tecidos e não contribuem para a remoção do veneno.
É recomendado manter a área da picada imóvel e abaixo do nível do coração, se possível, e levar a vítima a um posto de saúde. Se o animal causador do acidente puder ser capturado de forma segura, sem riscos de novas picadas, ou se for possível tirar uma foto dele, isso pode auxiliar os especialistas na escolha do melhor tratamento.
Por que mitos sobre tratamento persistem?
Muitas vezes, a disseminação de dicas sem base científica, juntamente com tradições familiares, alimenta mitos sobre o tratamento de Picadas de Escorpiões e Aranhas. A crença no alívio proporcionado pelo frio em outras situações pode levar as pessoas a pensarem que gelo é útil em todos os contextos, o que não é verdade para envenenamentos.
Para minimizar riscos, os órgãos de saúde recomendam procurar informações em fontes confiáveis e priorizar o atendimento médico imediato em caso de acidentes. O conhecimento atualizado e a rápida intervenção profissional são essenciais para gerenciar eficazmente os efeitos potencialmente letais de picadas de animais peçonhentos.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271









