A felicidade sempre intrigou a humanidade. O que nos faz felizes? É só o ambiente, ou há algo dentro de nós que influencia? Estudos recentes da genética sugerem que a felicidade pode ter um componente hereditário — o chamado “gene da felicidade”.
Essa descoberta não elimina o papel das experiências de vida, mas amplia nossa compreensão sobre o equilíbrio entre biologia e bem-estar emocional.
Existe mesmo um gene ligado à felicidade?
Sim, embora a expressão “gene da felicidade” seja uma simplificação. Pesquisas identificaram variantes genéticas associadas à produção de neurotransmissores como a serotonina, dopamina e ocitocina — substâncias diretamente ligadas ao prazer e à satisfação. Um gene bastante estudado é o 5-HTTLPR, que influencia o transporte da serotonina no cérebro.
Pessoas com uma versão específica desse gene tendem a ter maior estabilidade emocional e melhor capacidade de lidar com o estresse.

O que esses estudos revelaram até agora?
Pesquisas feitas em diferentes países, com milhares de participantes, indicam que a genética pode explicar até 40% das diferenças individuais nos níveis de felicidade. O restante depende de fatores externos como relações sociais, trabalho, saúde e atitudes pessoais.
Um estudo da London School of Economics revelou que gêmeos idênticos têm níveis de felicidade mais parecidos entre si do que gêmeos fraternos, reforçando a base genética da emoção.
O ambiente ainda é mais importante?
Sim. Mesmo que exista uma predisposição genética, o ambiente e o estilo de vida têm enorme influência sobre como sentimos felicidade. Relações saudáveis, propósito de vida, autoestima e autoconhecimento são determinantes no bem-estar emocional.
Inclusive, hábitos como praticar exercícios físicos, manter contato com a natureza e ter um sono de qualidade aumentam os níveis de neurotransmissores ligados à felicidade, independentemente da genética.
Podemos ativar esse gene com nossos hábitos?
Em parte, sim. O campo da epigenética mostra que nossos comportamentos influenciam a expressão dos genes. Ou seja, mesmo que você não tenha a variante mais “feliz” do gene, pode estimular o cérebro a produzir mais hormônios do bem-estar por meio de atitudes saudáveis.
Meditação, gratidão, contato social, hobbies e até alimentação equilibrada são formas comprovadas de melhorar o humor e estimular circuitos cerebrais associados à felicidade.
A felicidade pode ser medida pela ciência?
Com limitações, sim. Existem questionários e índices que medem bem-estar subjetivo, e exames como ressonância magnética funcional observam áreas do cérebro ativadas por sentimentos positivos. A ciência mostra que pessoas mais felizes tendem a viver mais, ter menos doenças e melhor desempenho social.
Portanto, entender como a genética influencia a felicidade não é sobre destino, mas sobre autoconhecimento. É mais uma ferramenta para construir uma vida emocionalmente mais rica e equilibrada.










