Uma dúvida muito comum entre quem sofre de problemas circulatórios ou varizes é se dormir com meias de compressão acelera o tratamento ou traz mais conforto. O uso noturno dessas meias costuma ser desnecessário e pode até ser desfavorável para a maioria das pessoas. Entenda a mecânica por trás disso e qual é a única exceção à regra.
Por que elas não funcionam bem na cama?
As meias de compressão foram projetadas com uma engenharia específica para auxiliar o corpo contra a gravidade. Elas funcionam apertando a perna para ajudar a bombear o sangue de volta para o coração, o que é essencial quando estamos em pé ou sentados por longos períodos durante o dia.
Porém, durante a noite, quando você está deitado, a gravidade já favorece naturalmente o retorno do sangue ao coração. Nessa posição horizontal, o retorno venoso acontece com facilidade, tornando a compressão mecânica da meia desnecessária. Usá-la nesse momento não traz benefícios adicionais para a circulação da maioria dos pacientes.
No vídeo a seguir, o Dr. João Marcos, no canal da Clinica Fluxus, explica melhor esse ato:
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A única exceção: cirurgia de varizes
Existe um cenário específico onde o uso noturno é não apenas permitido, mas recomendável: o pós-operatório imediato.
Se você passou recentemente por uma cirurgia de varizes, a recomendação muda. Nesse caso, é indicado o uso noturno nos primeiros 2 a 3 dias após o procedimento. Durante esse período crítico de recuperação, a meia tem funções vitais:
- Prevenir Trombose: Evita a formação de coágulos sanguíneos.
- Reduzir o Edema: Controla o inchaço pós-cirúrgico.
Passada essa fase inicial, a indicação volta ao padrão de retirar as meias para dormir.

Qual a melhor alternativa para desinchar à noite?
Se o seu objetivo ao usar as meias na cama é apenas aliviar o inchaço e o desconforto acumulados durante o dia, existe uma estratégia mais simples e eficaz que dispensa o aperto da meia.
A alternativa recomendada é elevar as pernas por alguns minutos antes de dormir. Essa prática simples usa a gravidade a seu favor para drenar os líquidos e facilitar o retorno venoso, trazendo conforto imediato sem a necessidade de dormir com o acessório.
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Qual o perigo oculto que você precisa saber?
Além da ineficácia fisiológica explicada, dormir de meia traz um risco mecânico real: o efeito garrote. Durante o sono, nos mexemos involuntariamente, o que aumenta drasticamente a chance da meia enrolar, descer ou dobrar, especialmente na região do joelho ou tornozelo.
Quando isso acontece, o tecido elástico se acumula em um único ponto, criando uma cinta de pressão excessiva. Em vez de ajudar, isso bloqueia a circulação, podendo causar dores, dormência e até lesões na pele por falta de oxigenação local.
Por isso, aproveite a noite para deixar a pele respirar. O uso contínuo da compressão tende a ressecar a epiderme, tornando o período noturno o momento ideal para aplicar um hidratante neutro, preparando as pernas para vestir a meia novamente com conforto na manhã seguinte.










