O quiabo é um fruto de origem africana, amplamente incorporado à culinária brasileira, cujas propriedades medicinais vão além do seu valor nutritivo. O quiabo (Abelmoschus esculentus) é rico em fibras, minerais e compostos bioativos, sendo um foco de interesse na botânica medicinal e em estudos sobre controle glicêmico.
- Sua mucilagem auxilia significativamente no controle dos níveis de açúcar no sangue.
- É uma fonte rica em flavonoides, conferindo poderosa ação antioxidante.
- Contribui para a saúde cardiovascular ao ajudar na regulação dos níveis de colesterol.
Como a mucilagem do quiabo ajuda no controle da glicemia?
A propriedade antidiabética do quiabo está intimamente ligada à sua característica mais notável: a mucilagem. Essa substância viscosa é composta por polissacarídeos hidrofílicos e fibras solúveis que, ao serem ingeridas, formam um gel no trato digestivo. Esse mecanismo retarda a absorção de glicose e, consequentemente, ajuda a evitar picos de açúcar no sangue, um benefício terapêutico crucial para a prevenção da diabetes tipo 2. Estudos experimentais em modelos animais têm fornecido suporte a essa ação.
“O mesmo possui várias propriedades medicinais, dentre as quais se destacam a ação antidiabética e antioxidante das cascas e sementes em pó, fundamentadas por estudos com ratos” (SILVA FILHO, 2017).
Leia também: A erva saborosa que evita cãibras musculares incômodas e ajuda na digestão
Qual o impacto do quiabo na redução do colesterol LDL?
O consumo regular de quiabo tem se mostrado um aliado na saúde cardiovascular, principalmente devido à sua capacidade de atuar como agente hipolipemiante, controlando o colesterol LDL. A abundante mucilagem e as fibras solúveis presentes no quiabo são os principais princípios ativos responsáveis. Eles se ligam às moléculas de colesterol no intestino, facilitando sua eliminação pelas fezes antes que sejam absorvidas pelo organismo.
“A substância espessa, semelhante a um gel, que se encontra no quiabo, chamada mucilagem, pode ligar-se ao colesterol durante a digestão para que este seja eliminado do organismo” (KANANI, 2024).
Para otimizar a extração dessa mucilagem, muitas pessoas consomem a chamada “água de quiabo“, deixando o fruto de molho e ingerindo o líquido. No entanto, é importante variar o consumo, incluindo o fruto inteiro na dieta para obter todas as fibras e vitaminas.

A ação antioxidante dos flavonoides do quiabo no organismo
Além das fibras, o quiabo é uma rica fonte de compostos fenólicos, especialmente os flavonoides, que conferem ao fruto uma intensa ação antioxidante. Esses fitoquímicos são essenciais para combater os radicais livres, protegendo as células do corpo contra o dano oxidativo e prevenindo o envelhecimento precoce. O potencial do quiabo como protetor celular já foi objeto de investigação científica.
“Foi verificado também que alguns flavonoides presentes no quiabo mostraram atividade protetora contra radiação UV-B através do seu potencial antioxidante, reduzindo o dano oxidativo ao DNA” (PATWARDHAN; BHATT, 2016).
O quiabo também é rico em vitamina C, um outro antioxidante vital que complementa a atividade antioxidante dos flavonoides. Para quem busca uma dieta funcional, o quiabo cozido ou refogado é uma excelente adição.
Quiabo um investimento na sua saúde metabólica
A ciência tem cada vez mais apoiado os benefícios terapêuticos do quiabo, confirmando seu valor como um alimento funcional para a saúde metabólica. Desde o controle da glicemia até a proteção cardiovascular, os compostos bioativos do quiabo oferecem um suporte valioso ao organismo. Incluir este fruto em uma dieta equilibrada é uma forma natural e saborosa de potencializar a prevenção de doenças crônicas.
- O principal diferencial do quiabo é sua mucilagem rica em polissacarídeos, que retarda a absorção de glicose, sendo um importante aliado no controle da glicemia, conforme estudos experimentais (SILVA FILHO, 2017).
- Sua alta concentração de fibras solúveis e mucilagem facilita a eliminação do colesterol LDL, oferecendo um benefício terapêutico na prevenção de doenças cardiovasculares (KANANI, 2024).
- A presença de flavonoides garante uma ação antioxidante e protetora do DNA celular, um importante mecanismo contra o estresse oxidativo e o envelhecimento (PATWARDHAN; BHATT, 2016).
Referências bibliográficas
- CARVALHO, M. M. S.; LINO, L. L. A. Avaliação dos fatores que caracterizam a berinjela (Solanum melongena L.) como um alimento funcional. Nutrire: Revista da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, São Paulo, SP, v. 39, n. 1, p. 130-143, abr. 2014.
- KANANI, Abbas. Citado em: Uns amam, outros odeiam. O controverso alimento que reduz o colesterol. Notícias ao Minuto, 9 dez. 2024.
- PATWARDHAN, B.; BHATT, N. Polyphenols from Okra (Abelmoschus esculentus) Protect against UV-B Induced Oxidative Damage in Skin Cells. Journal of Photochemistry and Photobiology B: Biology, v. 165, p. 18-24, 2016.
- SILVA FILHO, C. J. A. Estudo da mucilagem de Abelmoschus esculentus (L.) Moench (quiabo) e suas potencialidades na composição de filmes biodegradáveis. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Química) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2017.










