Por Dr. Ordânio Almeida, atua na área médica de emagrecimento.
Na era atual marcada pela rápida tomada de decisões e intensa carga de trabalho, especialmente para profissionais em cargos de liderança e alta exigência, o cérebro se torna um dos órgãos mais exigidos. Paralelamente, é frequentemente negligenciado em termos de cuidado e manutenção. A alimentação, nesse cenário, surge como um fator crucial. Isto vai além do simples ato de consumir alimentos para obter energia; envolve compreender como cada refeição influencia directamente a química cerebral.
O cérebro, representando apenas 2% do peso corporal, consome não menos que 20% de toda a energia produzida pelo organismo. Sob situações de estresse, essa demanda aumenta ainda mais. Dietas carentes dos nutrientes adequados podem resultar em uma queda significativa na performance cognitiva, afetando humor, memória e clareza mental de um indivíduo.
Quais nutrientes melhoram a Cognição?
Estudos recentes sugerem que dietas ricas em certos nutrientes estão associadas à melhora cognitiva e proteção dos neurônios. Antioxidantes, vitaminas do complexo B, ácidos graxos ômega-3 e polifenóis são alguns dos destaques nessas dietas. Esses compostos nutrem o cérebro ao contribuir para a regulação de neurotransmissores, combate ao estresse oxidativo e preservação da integridade das membranas neurais.
Entre os nutrientes mais importantes, destacam-se o magnésio e a vitamina B6, que ajudam na produção de serotonina e dopamina. Estas substâncias são essenciais para o foco e bem-estar, encontradas em alimentos como castanhas, banana e vegetais verde-escuros. Já o ômega-3 é conhecido por seu efeito anti-inflamatório e por beneficiar a memória e aprendizado, sendo predominante em peixes gordos.
A era da crononutrição e os novos desafios cerebrais
Além dos alimentos, a crononutrição, que analisa a relação entre o horário das refeições e o metabolismo, traz insights valiosos. Alimentar-se nas primeiras horas do dia pode melhorar significativamente o desempenho cerebral. Isso reforça o ritmo circadiano, que regula energia, sono e disposição.

Nesse contexto, a hidratação também desempenha um papel vital. Pequenas reduções no nível de água corporal afetam humor, atenção e decisões. Portanto, manter-se bem hidratado é indispensável para o bom funcionamento do cérebro.
Como adaptar a alimentação em situações de estresse?
Vivemos atualmente o que é denominado de “era das canetas”, com o uso crescente de medicações que influenciam o apetite e o metabolismo. Estes tratamentos, enquanto ajudam no controle de peso, apresentam um novo desafio: a adaptação do cérebro a uma menor disponibilidade energética. A glicose, primordial combustível cerebral, quando alterada, pode impactar diretamente a produtividade e clareza mental.
Portanto, a personalização da dieta e da suplementação torna-se essencial. Em tempos de demanda mental elevada, é fundamental buscar acompanhamento profissional para monitorar e ajustar a nutrição de forma a preservar a clareza cognitiva e evitar deficiências nutricionais.
Cuidar do cérebro é cuidar de todo o organismo?
A verdadeira Alta Performance Mental nasce do equilíbrio entre alimentação, descanso, movimento físico e propósito de vida. Quando o cérebro está bem nutrido, as ideias fluem melhor, decisões são tomadas com precisão, e a mente consegue alcançar um estado ideal de presença e produtividade.
É sobre a ciência da constância e do autocuidado. Esses são os pilares invisíveis que transformam o desgaste emocional em clareza e o estresse em resultado positivo.










