No período do verão, cresce a busca por suplementos alimentares como forma de potencializar o bem-estar e melhorar a aparência física. No entanto, especialistas em saúde alertam que, embora o consumo dessas substâncias seja popular, nem todos os suplementos cumprem o que prometem. Três tipos, em particular, são amplamente utilizados, mas considerados desnecessários pela comunidade médica quando inseridos em uma rotina alimentar equilibrada.
A oferta de diferentes comprimidos e pós, disponíveis em farmácias, supermercados e academias, contribui para a percepção de que existe um suplemento ideal para cada situação. Muitas pessoas acabam consumindo vários produtos por dia, acreditando que essa prática trará resultados imediatos para a saúde ou estética. Entretanto, médicos afirmam que, em muitos casos, a suplementação não substitui as funções de uma dieta equilibrada e pode gerar despesas e riscos desnecessários.
Qual é o papel dos suplementos alimentares?
Os suplementos alimentares, como o próprio nome indica, têm a função de complementar possíveis lacunas nutricionais nos hábitos alimentares diários. São indicados, em geral, quando diagnósticos médicos apontam carências específicas ou em situações muito particulares, como distúrbios de absorção intestinal ou necessidades aumentadas em períodos de doença. Fora dessas condições, a ingestão desses produtos dificilmente apresenta benefícios adicionais para indivíduos saudáveis.
Entre os suplementos comuns estão os multivitamínicos, o colágeno hidrolisado e a vitamina C em cápsulas ou comprimidos. Em uma rotina alimentar rica e variada, repleta de frutas, legumes, verduras, cereais integrais e proteínas magras, raramente há espaço para deficiências que justifiquem a suplementação indiscriminada desses compostos. Portanto, a escolha de incorporar tais produtos deve ser fundamentada em orientação profissional e exames clínicos regulares.
Quais suplementos alimentares são considerados desnecessários?
Segundo especialistas, três tipos de suplementos destacam-se como os mais utilizados e, ao mesmo tempo, menos eficazes quando não há deficiência comprovada. São eles:
- Multivitamínicos: Apesar de serem uma escolha recorrente, principalmente entre quem busca prevenção a carências vitamínicas, os multivitamínicos apresentam quantidades pequenas e genéricas de diversos nutrientes. Para quem já possui uma alimentação equilibrada, esse suplemento costuma ser redundante e não substitui a obtenção dos micronutrientes diretamente dos alimentos.
- Colágeno: Muito propagado por sua suposta atuação na beleza da pele e articulações, o colágeno ingerido não age de maneira específica onde o usuário espera. Ao ser digerido, transforma-se em aminoácidos que serão distribuídos de acordo com a demanda de todo o organismo, sem direcionamento exclusivamente à pele, unhas ou cabelos.
- Vitamina C: Famosa pelo potencial antioxidante e apoio ao sistema imunológico, a vitamina C está presente em quantidade suficiente em frutas e hortaliças, como laranja, acerola, morango e brócolis. Dessa forma, a suplementação torna-se dispensável para aqueles que mantêm o consumo regular desses alimentos.
O investimento nesses três produtos, salvo indicação médica específica, acaba sendo apenas um gasto a mais, sem retorno comprovado em termos de benefícios à saúde.

Quais são os riscos e orientações sobre o uso de suplementos?
Médicos destacam que suplementos alimentares não são isentos de riscos. Mesmo que sejam comercializados livremente, seu uso inadequado pode gerar efeitos indesejados, como desequilíbrios em níveis de vitaminas solúveis em gordura, sobrecarga renal e até interação com medicamentos. Assim, a automedicação ou o uso excessivo devem ser evitados.
Ao ponderar sobre a necessidade de ingerir qualquer suplemento, é imprescindível buscar o aconselhamento de um profissional de saúde. Somente uma avaliação detalhada pode determinar a real necessidade de complementação nutricional. Além disso, adotar uma alimentação variada, rica em frutas, vegetais e outros alimentos naturais, é o principal caminho para a manutenção de uma boa saúde e prevenção de doenças.
- Consultar médicos ou nutricionistas antes de iniciar suplementação.
- Prestar atenção ao consumo diário de nutrientes por meio dos alimentos.
- Evitar múltiplos suplementos sem orientação apropriada.
- Realizar exames periódicos para acompanhamento da saúde nutricional.
Por que focar em uma alimentação equilibrada ao invés de suplementos alimentares?
O hábito de recorrer a suplementos alimentares reflete, frequentemente, um esforço para compensar desequilíbrios alimentares ou buscar soluções rápidas para questões de saúde e estética. Contudo, estudos recentes reforçam que os nutrientes provenientes de fontes naturais são mais bem aproveitados pelo organismo do que aqueles presentes em cápsulas e comprimidos.
Frutas, verduras e legumes, além de fornecerem vitaminas e minerais, oferecem fibras, antioxidantes e inúmeros outros compostos que atuam sinergicamente e não podem ser totalmente replicados pelos suplementos industrializados. Por esse motivo, a recomendação dos órgãos de saúde nacionais e internacionais permanece clara: priorizar uma alimentação variada antes de buscar qualquer forma de suplementação.
Em síntese, a valorização de uma dieta balanceada continua sendo o método mais eficaz e seguro para garantir a ingestão de todos os nutrientes indispensáveis ao funcionamento do corpo. Assim, evita-se o gasto desnecessário com produtos de eficácia limitada e previne-se possíveis riscos associados ao consumo excessivo desses suplementos.








