O dente-de-leão (Taraxacum officinale) é uma planta comum, mas subestimada, usada há séculos na medicina popular como um tônico digestivo. Seu chá, feito das folhas ou raízes, é conhecido por sua potente ação diurética e sua capacidade de apoiar a função hepática.
Como o dente-de-leão atua na retenção de líquidos?
A principal fama do dente-de-leão vem de seu forte efeito diurético. Ele é naturalmente rico em potássio, um mineral que atua como o principal antagonista do sódio (sal) no organismo.
Esse alto teor de potássio sinaliza aos rins para excretarem o excesso de sódio e água, ajudando a reduzir o inchaço (edema) nas pernas e abdômen, e aliviando a sensação de peso.

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Qual o papel desta planta no suporte ao fígado?
Tradicionalmente, a raiz do dente-de-leão é usada para apoiar a função hepática. Acredita-se que seus compostos amargos estimulam a produção e o fluxo da bile, o líquido que o fígado produz para digerir gorduras.
Um fluxo saudável de bile é essencial para a digestão de refeições pesadas e para a absorção de vitaminas lipossolúveis. Estudos em modelos animais (NIH) também investigam seus antioxidantes pela capacidade de proteger as células do fígado contra o estresse oxidativo.
No vídeo a seguir, a nutricionista Patricia Leite, fala um pouco mais sobre o chá de dente-de-leão:
A raiz e as folhas têm os mesmos benefícios?
Não, as diferentes partes da planta têm focos distintos. As folhas são consideradas a parte mais diurética, sendo a escolha ideal para combater a retenção de líquidos e o inchaço.
A raiz é mais focada no sistema digestivo e hepático. É ela que contém inulina (uma fibra prebiótica) e os compostos que estimulam o fluxo da bile, auxiliando o fígado e a vesícula biliar.
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Quais são os riscos e contraindicações importantes?
Embora natural, o dente-de-leão é potente e não é para todos. Sua ação na bile pode ser perigosa para quem tem obstruções biliares, e seu efeito diurético pode interagir com medicamentos para pressão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que fitoterápicos exigem cautela. É crucial evitar o chá de dente-de-leão ou consultar um médico se você se enquadra nestes grupos:
- Pessoas com pedras ou obstrução na vesícula biliar.
- Indivíduos que usam diuréticos farmacêuticos (risco de desequilíbrio eletrolítico).
- Pacientes com doença renal crônica (cautela com o excesso de potássio).
- Pessoas com alergia a plantas da família Asteraceae (como ambrósia ou camomila).
Como o chá deve ser preparado corretamente?
O método de preparo depende da parte da planta usada, para garantir a extração correta dos seus compostos ativos. As folhas são delicadas, enquanto a raiz é fibrosa e dura.
Para as folhas (efeito diurético), use a infusão: despeje água quente (não fervente) sobre elas e abafe por 5-10 minutos. Para a raiz (efeito no fígado), use a decocção: ferva a raiz seca na água por 10-15 minutos em fogo baixo.







