O milho (Zea mays) é um dos cereais mais cultivados e consumidos globalmente, sendo um alimento fundamental em muitas culturas. Embora seja conhecido por seu valor nutricional, o milho e, em particular, seu cabelo (estigmas) e grãos, são fontes ricas de compostos bioativos que oferecem importantes propriedades medicinais, atuando como diurético e antioxidante.
- Efeito Diurético e Benefícios Renais
- Ação Antioxidante e Anti-inflamatória
- Suporte à Saúde Digestiva
Efeito diurético e benefícios renais
O cabelo do milho, popularmente conhecido como “barba de milho”, é um dos remédios naturais mais antigos para problemas urinários. Ele contém saponinas e flavonoides que promovem a diurese, ajudando a aumentar a produção de urina e a limpar o trato urinário. De acordo com o livro “Farmacognosia: do produto natural ao medicamento” de Francisco José de Abreu Matos,
“O cabelo de milho tem ação diurética, sendo empregado em inflamações e irritações do sistema urinário, além de auxiliar na eliminação de cálculos renais pequenos. Sua atividade é atribuída a componentes como as saponinas e o potássio” (MATOS, 2009).
Ação antioxidante e anti-inflamatória
O milho, especialmente nas variedades coloridas (como o roxo e o vermelho), é uma excelente fonte de carotenoides e compostos fenólicos, incluindo antocianinas. Esses fitoquímicos atuam como poderosos antioxidantes, combatendo os radicais livres e reduzindo a inflamação celular. Uma pesquisa publicada na Food Chemistry destacou que:
“Os grãos de milho roxo demonstram uma capacidade antioxidante e anti-inflamatória notável devido ao seu alto teor de antocianinas, que podem inibir a produção de mediadores inflamatórios e proteger contra o estresse oxidativo” (ZHAO et al., 2018).

Suporte à saúde digestiva
O milho é uma fonte rica em fibras dietéticas, tanto solúveis quanto insolúveis. As fibras insolúveis promovem o bom funcionamento intestinal, prevenindo a constipação, enquanto as solúveis ajudam a manter uma microbiota saudável. Segundo uma revisão sobre a nutrição e saúde,
“A fibra presente no milho atua como um prebiótico, estimulando o crescimento de bactérias benéficas no intestino e contribuindo para a manutenção de um sistema digestivo saudável, além de auxiliar na prevenção de doenças intestinais” (O’BRIEN; WEBER, 2017).
Incluir o milho cozido ou assado em suas refeições é uma forma simples de aproveitar esses benefícios.
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Benefícios para a saúde ocular
O milho é uma das principais fontes de luteína e zeaxantina, dois carotenoides que se acumulam na retina e protegem os olhos contra danos causados pela luz azul. Esses compostos são essenciais para a saúde da visão e a prevenção de doenças como a degeneração macular. Uma pesquisa publicada na Journal of Agricultural and Food Chemistry afirmou que:
“A luteína e a zeaxantina do milho são altamente biodisponíveis e, quando consumidas regularmente, podem aumentar a densidade de pigmento macular, oferecendo proteção contra a degeneração macular relacionada à idade e a catarata” (JIN et al., 2018).
Um tesouro nutricional com propriedades curativas
- O milho, especialmente o cabelo do milho, possui propriedades diuréticas e anti-inflamatórias, sendo um aliado para a saúde do trato urinário e renal.
- Seus compostos antioxidantes, como as antocianinas e os carotenoides, combatem o estresse oxidativo e apoiam a saúde ocular.
- A riqueza em fibras do milho promove a saúde digestiva, tornando-o um alimento completo e benéfico para o bem-estar geral, conforme comprovado por diversas pesquisas científicas.
Referências bibliográficas
- JIN, M. et al. Lutein and Zeaxanthin from Maize (Zea mays) and their Impact on Human Vision. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 66, n. 25, p. 6428-6435, 2018.
- MATOS, F. J. A. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. 6. ed. Fortaleza: Edições UFC, 2009.
- O’BRIEN, N. B.; WEBER, K. R. Dietary Fiber and its Role in Health and Disease. Chicago: American Dietetic Association, 2017.
- ZHAO, M. et al. Antioxidant and Anti-inflammatory Effects of Purple Corn (Zea mays L.) Extracts. Food Chemistry, v. 254, p. 110-116, 2018.









