Estudos recentes indicam que a ingestão de proteínas vegetais e fibras pode estar associada a níveis reduzidos de inflamação no corpo. A inflamação é uma resposta natural do organismo a lesões ou infecções, mas quando se torna crônica, pode aumentar o risco de doenças como problemas cardíacos, câncer e diabetes. Pesquisadores do Reino Unido investigaram como as fontes de proteína e a ingestão de fibras influenciam a inflamação, publicando suas descobertas em 2025 na revista Nutrients.
Utilizando dados do UK Biobank, um banco de dados abrangente com informações de saúde de cerca de 500.000 residentes do Reino Unido, os pesquisadores analisaram informações de 128.612 participantes com 60 anos ou mais. Eles focaram em medir os níveis de proteína C-reativa (CRP), um indicador comum de inflamação, em relação à dieta dos participantes.
Como a pesquisa foi conduzida?
Os participantes foram divididos em grupos com base em suas condições de saúde e consumo alimentar. A pesquisa categorizou os indivíduos em dois grupos: aqueles com uma ou nenhuma condição crônica e aqueles com duas ou mais condições, referidos como multimorbidade. A ingestão de proteínas foi dividida entre proteínas animais e vegetais, enquanto a ingestão de fibras também foi avaliada.
Os pesquisadores ajustaram os dados para fatores como idade, sexo, etnia, status socioeconômico, tabagismo e consumo de álcool. Com base nas informações dietéticas e nos níveis de CRP, os participantes foram agrupados em categorias de alta e baixa ingestão de proteínas e fibras.

Quais foram os resultados do estudo?
Os resultados mostraram que uma dieta rica em proteínas vegetais e fibras está associada a níveis mais baixos de inflamação. Em contraste, dietas ricas em proteínas animais e pobres em fibras estavam ligadas a níveis mais altos de inflamação. Entre os participantes sem multimorbidade, a ingestão elevada de proteínas vegetais e fibras resultou em menores níveis de inflamação.
Para aqueles com multimorbidade, a relação entre proteína, fibra e inflamação foi ainda mais pronunciada. O estudo também destacou que, independentemente do nível total de ingestão de proteínas, baixos níveis de fibras estavam consistentemente associados a maiores níveis de inflamação.
Como isso se aplica à vida cotidiana?
Compreender o papel da dieta na inflamação pode ajudar a prevenir doenças crônicas. A pesquisa sugere que aumentar a ingestão de fibras e proteínas vegetais pode ser benéfico. Alimentos ricos em fibras, como legumes, nozes, sementes e grãos integrais, são essenciais para a saúde intestinal, que está intimamente ligada à inflamação.
Além disso, incorporar probióticos, como os encontrados em alimentos fermentados, pode apoiar a saúde intestinal e reduzir a inflamação. Embora o estudo não tenha diferenciado entre fontes mais saudáveis de proteínas animais, como peixes ricos em ômega-3, e outras menos saudáveis, ele destaca a importância de uma dieta equilibrada e variada.
Quais são as implicações para a saúde?
Os achados sugerem que uma dieta rica em plantas pode ajudar a reduzir a inflamação e, consequentemente, o risco de doenças crônicas. Incorporar mais proteínas vegetais e fibras na dieta pode ser um passo eficaz para melhorar a saúde geral. Pequenas mudanças, como substituir carne por tofu ou feijão em algumas refeições, podem fazer uma diferença significativa.
Além da dieta, outros hábitos de vida, como exercícios regulares e redução do estresse, também estão associados a níveis mais baixos de inflamação. Portanto, adotar um estilo de vida saudável e equilibrado pode ser a chave para uma melhor saúde a longo prazo.









