Os sonhos são fenômenos universais, e a maioria das pessoas relata ter pesadelos em algum momento. Estudos recentes sugerem que a frequência desses eventos e a idade em que ocorrem podem estar relacionadas ao risco de desenvolver demência. Destaca-se que pesadelos frequentes, especialmente os que interrompem o sono, podem estar associados ao aumento do declínio cognitivo.
Como os pesadelos se relacionam ao declínio cognitivo e à demência
Pesquisadores vêm investigando a possível ligação entre pesadelos frequentes e o risco de progressão para demência. Por exemplo, análises recentes em publicações científicas de renome apontam que qualidade e distúrbios do sono devem ser considerados em avaliações do risco para doenças neurodegenerativas.
Resultados semelhantes já haviam sido observados em pessoas com doença de Parkinson, e agora estudos ampliam essa associação para a população geral, incluindo diferentes faixas etárias.
Pesadelos semanais aumentam o risco de declínio cognitivo?
Uma pesquisa conduzida pelo Dr. Abidemi Otaiku, do Imperial College London, monitorou adultos de meia-idade e idosos, todos com cognição normal no início do estudo. Os participantes foram acompanhados por até 13 anos, e foi observado que pesadelos rotineiros aumentaram significativamente o risco de declínio cognitivo.
Para ilustrar as descobertas, confira algumas das principais conclusões do estudo:
- Adultos de meia-idade com pesadelos semanais tinham até quatro vezes mais chance de apresentar declínio cognitivo.
- Entre idosos, a ocorrência frequente de pesadelos se correlacionou com maior risco de demência diagnosticada.
- A avaliação se deu por testes cognitivos para adultos de meia-idade e exame médico nos idosos.

Quais são as limitações dos estudos sobre pesadelos e risco de demência
Embora o estudo tenha identificado associação relevante entre pesadelos e risco de demência, algumas limitações precisam ser consideradas. Uma delas é a amostra predominantemente branca, reduzindo a diversidade étnica e seu possível impacto nos resultados.
Outra limitação importante envolve as definições de “maus sonhos” e “pesadelos”, que não foram claramente diferenciadas nos questionários, o que pode influenciar a precisão dos relatos dos participantes.
Pesadelos podem indicar o início da demência?
Dr. Otaiku sugere que os resultados podem confirmar duas possibilidades: pesadelos frequentes podem ser sinal precoce de demência, principalmente em homens, ou os próprios pesadelos podem ter papel causal. A incerteza permanece quanto a qual dessas hipóteses prevalece.
Reforçando a importância da prevenção, os pesquisadores também destacam outras estratégias associadas à redução do risco de demência, como:
- Manter uma rotina de exercícios físicos regulares
- Participar de atividades sociais
- Reduzir o consumo de tabaco









