A presença de sintomas depressivos durante a meia-idade pode ser um indicador importante do risco de desenvolvimento de Demência anos depois. Essa relação foi reforçada por um estudo recente publicado na revista The Lancet Psychiatry, que identificou seis sinais específicos associados a uma maior probabilidade de surgimento da doença neurodegenerativa no futuro. A pesquisa, conduzida por uma equipe do University College London, destaca a importância de se observar não apenas a depressão de forma generalizada, mas um conjunto específico de sintomas que podem sinalizar riscos à saúde cerebral a longo prazo.
O estudo, que acompanha participantes desde o final dos anos 1990, envolveu 5.811 indivíduos com idades entre 45 e 69 anos, inicialmente sem diagnóstico de Demência. Ao longo de duas décadas, os pesquisadores avaliaram periodicamente a saúde mental dos participantes. Entre os resultados, aqueles que relataram cinco ou mais sintomas de depressão na meia-idade apresentaram um risco 27% maior de demência em anos posteriores.
Quais sintomas depressivos indicam maior risco de Demência?
Dos trinta sintomas avaliados no estudo, seis foram apontados como preditores mais significativos do risco de Demência. A perda de confiança, a dificuldade em lidar com problemas, a falta de afeto pelos outros, o nervosismo constante, a dificuldade de concentração e a insatisfação com a execução de tarefas destacaram-se. Especialmente, a perda de autoconfiança e o sentimento de incapacidade para enfrentar problemas cotidianos se mostraram como os mais impactantes, aumentando em 50% as chances de Demência ao longo do tempo.

Como a depressão pode se manifestar de formas diversas?
A depressão não apresenta um padrão único, variando significativamente entre indivíduos. Esta condição, frequentemente se sobrepõe aos sintomas de ansiedade, complicando o diagnóstico e tratamento. É crucial entender essas variações para abordar cada caso de maneira adequada e personalizada. O estudo ressalta que, apesar da relação estabelecida, não se pode afirmar que esses sintomas causam Demência, mas sim que há associações que precisam de atenção.
Quais são os próximos passos na pesquisa sobre depressão e Demência?
Os pesquisadores destacam a necessidade de mais investigações, considerando as limitações do estudo atual, que foi realizado majoritariamente com funcionários públicos no Reino Unido. A incidência de Demência observada foi menor do que a média populacional, sugerindo que resultados podem variar em diferentes contextos. Ainda assim, os resultados fornecem uma base valiosa para futuras pesquisas, em um cenário onde a população global está envelhecendo rapidamente, aumentando a necessidade de estratégias de prevenção para a Demência.
A pesquisa enfatiza a importância de detectar sinais precoces e específicos de depressão como uma estratégia para mitigar o risco de distúrbios neurológicos no futuro. Investir em tratamentos de saúde mental personalizados baseados em padrões sutis de sintomas pode oferecer melhores resultados, levando a um maior entendimento dos transtornos e promovendo intervenções mais eficazes.
Entre em contato:
Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271










